Logo depois de uma semana marcada por mobilizações de pais de família, professores e alunos em defesa do curso de religião, o Presidente Evo Morales descartou que seu Governo irá eliminar esta disciplina das escolas públicas na próxima Assembléia Constituinte.

O mandatário se reuniu com o Arcebispo de La Paz e Vice-presidente da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), Dom Edmundo Abastoflor; e o Bispo de El Alto e Secretário da CEB, Dom. Jesus Juárez.

"Estivemos em uma reunião com Dom Jesus Juárez e Edmundo Abastoflor. Esclarecemos alguns aspectos e reiteramos que há uma enorme coincidência entre a Igreja Católica, o Governo e o Movimento Al Socialismo (MAS)", assinalou o mandatário boliviano.

"Sinto que algumas pessoas desqualificadas (estão) desinformando o povo e o Papa", disse Morales e assinalou que as pessoas que difundem essa versão querem manipular a Igreja. "O Estado deve ser neutro em relação às confissões religiosas, deve haver liberdade de culto e abertura para diferentes crenças", precisou.

"Quero lhes dizer que sou católico e que também acredito na religião aborígine, a da mãe terra, Pachamama. Estas duas religiões viveram historicamente uma junto à outra. Como posso esquecer isso?", declarou à imprensa.

Por sua vez, o Presidente da CEB disse que "o que preocupa a Igreja Católica é que os princípios humanos fundamentais e os valores sejam respeitados, entre os quais está o direito à educação religiosa".

Na semana passada, o Ministro da Educação Félix Patzi declarou à imprensa que o Governo tinha entre seus planos substituir o ensino de religião por um curso de idiomas nativos.