BUENOS AIRES, 26 de jun de 2006 às 17:44
O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, considerou que o projeto de lei de esterilização debatido no Congresso Nacional é "a mutilação dos pobres" pois, em sua opinião, com esta lei trata-se de impedir que os países em via de desenvolvimento, como a Argentina, cresçam.
Em seu programa televisivo Chaves para um Mundo Melhor, o Prelado disse que embora queiram apresentar a esterilização "como um método reversível" não se explica que na verdade será assim "mas à custa de uma delicada operação de microcirurgia que é por outro lado muito cara e à qual certamente não poderão se submeter de um modo fácil aqueles que foram submetidos anteriormente a este processo de esterilização".
Dom. Aguer assinalou que "vai ser uma prestação obrigatória em todos os centros de saúde". "Sim, ali mesmo onde você sabe que faltam os insumos básicos e em um sistema global no qual muitos doentes terminais ou com doenças gravíssimas não podem dispor dos medicamentos que necessitam", denunciou.
O Prelado explicou que "isto ocorreu assim em muitas ocasiões com o passar do século XX. Vocês recordarão as políticas antinatalistas de Mac Namara nos EUA nos anos 60 ou o famoso relatório Kissinger de 1974. Os interesses dos países centrais não podem permitir o crescimento demográfico daqueles em via de desenvolvimento".
Dom Héctor Aguer também disse que "causa admiração que os que se dizem representantes do pensamento progressista adotem as pautas culturais do capitalismo selvagem" porque "em um país despovoado como a Argentina e quando aqueles países que entraram já no inverno demográfico por causa de políticas antinatalistas nós estamos tratando desesperadamente de sair dessa situação e marchamos frívolamente para lá quando o que necessitaríamos de nosso Congresso é que se dedique a sancionar leis que favoreçam as famílias e que melhorem a situação social e cultural especialmente dos pobres".
"Nós necessitamos que nasçam muitas crianças na Argentina, filhos desta terra, que possam ser criados e educados dignamente por suas famílias", exortou o Arcebispo.