O Cardeal Tarcisio Bertone declarou que ser nomeado Secretário de Estado Vaticano, um posto da mais alta responsabilidade na Santa Sé, representa "uma revolução copernicana".

O Cardeal italiano sucederá a partir de 15 de setembro próximo o Cardeal Angelo Sodano. "Trata-se para mim, projetado em tantas atividades pastorais e culturais na igreja genovesa, de uma revolução copernicana. Estou, como salesiano e homem de Igreja, habituado à obediência", disse o Cardeal Bertone a seus paroquianos.

"Amei esta igreja (de Gênova) e lhe dediquei o coração e as fadigas por mais de três anos. Agora me chamam em Roma, e como sempre obedeço e agradeço ao Papa Bento pela fé que coloca em mim, seu antigo colaborador", disse o Cardeal, que mostrou sua emoção em diversos momentos de seu discurso breve, ao anunciar o novo cargo que lhe confere o Santo Padre.

Do mesmo modo, leu a carta que o Pontífice enviou aos genoveses e em que explica por que o escolheu para o cargo. "Nestes três anos nos quais (o Cardeal Bertone) guiou a Arquidiocese de Gênova vocês aprenderam a apreciar seus dons e qualidades que o convertem em um pastor fiel, capaz de conjugar a atividade pastoral com a preparação doutrinal. Estas características e o conhecimento mútuo me levaram a escolhê-lo para esta alta e delicado trabalho", indica o Papa.

A Secretaria de Estado é o dicastério da Cúria Romana que colabora mais de perto com o Sumo Pontífice no exercício de sua suprema missão. Embora sua origem histórica se remonta ao século XV, João Paulo II em 1988 lhe deu sua configuração atual, ao dividi-la em duas seções: a Seção para os Assuntos Gerais e a Seção para as Relações com os Estados.

A Secretaria de Estado está presidida por um Cardeal que recebe o título de Secretário de Estado. Primeiro colaborador do Papa no governo da Igreja universal, o Cardeal Secretário de Estado pode considerar o máximo expoente da atividade diplomática e política da Santa Sé, representando, em circunstâncias particulares, à pessoa mesma do Sumo Pontífice.