O Ministro da Saúde Tony Abbot declarou à imprensa australiana que logo poderia ocorrer uma mudança radical sobre o aborto legal em seu país, devido a que as pessoas –incluindo certas líderes feministas- considera que a difusão desta prática fracassou.

O jornal The Australian publicou um discurso de Abbot em Queensland, no qual destacou que algumas feministas começaram a expressar sua preocupação com as "obscuras conseqüências da liberdade sexual" e questionar a cultura do aborto.

"Quando líderes feministas como Wendy McCarthy e Eva Cox (duas das mais conhecidas na Austrália) pedem um reproposiçõ sobre o aborto, não se pode dizer que a roda moral deu toda a volta, mas certamente os tempos mudam", declarou Abbott.

As feministas mencionadas declararam no mês passado que era tempo de reconsiderar o limite legal que permite o aborto na Austrália de até 20 semanas de gestação, e que em alguns lugares ultrapassa este tempo.

"As feministas pensantes estão começando a lamentar as obscuras conseqüências da liberdade sexual", acrescentou o Ministro e indicou que "o legado de uma sociedade permissiva –famílias destruídas, doenças mentais e uma intrincada dependência do bem-estar- sugerem que antigos ‘tabús sociais’ tinham certa razão".

O debate sobre o aborto foi despertado no país e tem um forte impulso pela transmissão que a rede ABC fará neste domingo do documentário inglês Meu Feto, que mostra um aborto ao vivo.

Abbot já tinha expressado sua preocupação com tema no início do ano, pois na Austrália são praticados uns 100 mil abortos legais por ano.

Segundo Abbot, o documentário em questão, levou muitos ativistas a questionar o aborto a pedido "como um dos grandes totens da libertação da autoridade".

"Talvez seria de consistência política começar a proibir os abortos depois da 20o semana de gravidez", declarou Abbot.