O Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio María Rouco, assegurou em uma entrevista publicada no livro "a Europa a debate. 20 anos depois (1986-2006)" que "a religião é o fator de maior unidade na Europa, e a Igreja Católica é o maior fenômeno de unidade na União Européia".

Segundo o Cardeal, "além dos instrumentos de coordenação pastoral a nível europeu, a unidade de inspiração, educação, cultura e valores do homem são católicos e dão uma força de unidade grande. Um cristianismo vivo e uma Igreja Católica jovem e comprometida seriam um serviço impagável e insubstituível para o futuro da União Européia. Oferece-se uma espécie de programa religioso, ético e espiritual".

O livro tem como autores a Miguel Ángel Benedicto Solsona e Ricardo Angoso García, e foi editado pelo Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação e Plaza y Valdés, editores.

Na entrevista, o Cardeal Rouco explica que quando visita "a Alemanha não visito um país diferente, igual quando vou a Suíça, França ou Itália. Ganhou-se muito pela via expressa, com uma pedagogia cultural ou religiosa cultivada a fundo e não basta só constituir um aparelho político-jurídico-administrativo".

"Tem que fazer a Europa desde baixo, das relações mais pessoais: de amizade, de comunicação pessoal ou de camadas mais profundas como a religião e a espiritualidade, para passar depois às esportivas, às culturais e ao turismo. Isso é muito importante se se quer construir a Europa", adverte o Arcebispo.

Além disso, sustenta que "em um segundo momento, é evidente que quantos mais princípios de unidade e solidariedade impregnem a organização do marco político europeu, melhor. Por exemplo, o princípio de subsidiariedade está impregnado da tradição cristã que tem um peso na construção européia. Não pode desaparecer a rica variedade da Europa, mas tem que procurar um equilíbrio".

Segundo o Cardeal, o catolicismo europeu é um dos grandes caminhos "positivos" do Papa Bento XVI. "Depois da queda do Muro emergiu um mundo católico com uma vigorosa presença na Polônia, Hungria, Eslováquia, Ucrânia e România; e também em parte dos Bálcãs. João Paulo II foi decisivo para animar e dar fôlego a novos movimentos juvenis com uma esperança renovadora da fé católica que aparece em toda a geografia européia. O Papa tem uma caminho com um excelente futuro e um caminho pastoralmente esclarecido", indica.