Em um comunicado oficial publicado nesta segunda-feira, a Conferência Episcopal do Equador saudou como um "Sim à Vida" a decisão do Tribunal Constitucional da República de proibir a comercialização no país da "pílula do dia seguinte".

Os Bispos do Equador declaram que o objetivo do comunicado é "defender a vida humana, que é sagrada desde o momento de sua concepção até seu fim natural. Quando a Igreja Católica diz "Não" à "pílula do dia seguinte" é porque diz "Sim" à vida".

"Defender a vida -diz a mensagem- tornou-se tarefa difícil em nossos dias, quando por diferentes caminhos emerge uma ‘cultura de morte’, promovida e mantida por algumas vozes, que por tras tem muitos interesses, particularmente econômicos".

"Isto resulta paradoxal -adicionam- em uma sociedade que freqüentemente se auto proclama respeitosa dos direitos humanos e que, entretanto, não vê contradição alguma em atacar a vida precisamente dos mais débeis e indefesos, as meninas e os meninos não nascidos".

Os bispos reconhecem que a gravidez indesejada "constitui certamente um grave problema. Mas um problema não se resolve criando outros problemas nem recorrendo sem responsabilidade à solução criminal do aborto".

Os bispos denunciam que "não faltam os que, envolvidos em ares de falsa modernidade, chegam a proclamar o aborto como um direito da mulher a tomar decisões sobre seu próprio corpo. Nada mais falso, posto que o exercício da própria liberdade tem um limite inviolável: o direito à vida de outros".

O comunicado assinala ainda que a pílula do dia seguinte, "temos que chamá-la pelo seu nome, e não pelas sutilezas pseudo-científicas e de manipulação das palavras: simplesmente se chama aborto. Quem fala de ‘evitar uma gravidez não desejada’ deveria dizer claramente que na realidade se trata de interromper uma gravidez já iniciada".

"Também se trata de ‘justificar’ -acrescenta o enérgico documento- o uso da ‘pílula do dia seguinte’ em casos extremos de estupro e incesto. A dobra do argumento se adverte pelo caráter excepcional desses supostos, que não exigem a difusão maciça e economicamente rentável que se oferece. Esses dolorosos casos reclamam um tratamento muito mais humano e complexo".

Os bispos deixam claro que o tema "não se trata de uma questão primariamente religiosa. É uma questão que, pertencendo também à ordem religiosa e moral, pertence à ordem básica e natural da justiça".

"A Igreja Católica –acrescentam– está disposta a unir seus esforços aos de todas as pessoas e instituições que estão a favor da vida e colaborar em uma verdadeira educação sexual de crianças, jovens e adultos. Faz um especial convite aos jovens -mulheres e homens- para que não se deixem levar pela corrupção e pela mentira; e os convida a não ter medo de viver a castidade, de praticar uma conduta sexual responsável e de alinhar-se decididamente em favor da vida".

"Os Bispos do Equador respaldamos o juízo do Tribunal Constitucional. Agrada-nos saber que nosso país conta com juizes que têm feito opção pela vida", conclui o texto.