O Papa Bento XVI se reuniu no Santuário de Jasna Gora em Czestochowa com uma grande quantidade de religiosos e religiosas, a quem animou a manter "em seus corações a primazia de sua vida consagrada. Deixem que ela renove sua fé".

Ao iniciar seu discurso dirigindo-se aos religiosos congregados no santuário de Jasna Gora, o Papa recordou a Maria, porque "hoje, é ela quem dirige nossa meditação; ela nos ensina como rezar. Maria nos mostra como abrir nossas mentes e corações ao poder do Espírito Santo, que vem até nós para assim ser levado a todo mundo".

Em seguida, o Pontífice falou da necessidade de "um tempo de silêncio e recolhimento para nos situar em sua escola, de modo que nos ensine como viver da fé, como crescer na fé, como permanecer em contato com o mistério de Deus no ordinário, nos eventos cotidianos de nossas vidas".

Em relação à fé, o Santo Padre lembrou as palavras de João Paulo II sobre ela: "A Fé é um contato com o mistério de Deus (João Paulo II, Redemptoris Mater, 17) porque "acreditar quer dizer ‘abandonar-se’ na verdade mesma da palavra do Deus vivente, sabendo e reconhecendo humildemente ‘quão insondáveis são seus intuitos e inescrutáveis seus caminos!’’ (João Paulo II, Redemptoris Mater, 14). "A Fé é o dom, dado a nós no Batismo, a que possibilita nosso encontro com Deus", acrescentou.

"A fé ocupa um lugar, não só em nosso estado de espírito e experiências religiosas, mas sobretudo em nosso pensamento e ação, no trabalho cotidiano, na luta contra nós mesmos, na vida comunitária e o apostolado, porque é o que assegura que nossa vida se veja penetrada pelo poder de Deus mesmo. A fé pode nos fazer retornar para Deus, ainda quando nosso pecado nos conduza ao extravio", explicou Bento XVI.

O Papa destacou que "muitos aqui presentes experimentastes o secreto chamado do Espírito Santo e respondestes com total generosidade de coração". "O amor de Jesus ‘derramado em seus corações pelo Espírito Santo que lhes foi dado’ (ROM 5:5), mostrou-lhes o caminho à vida consagrada. Não foram vós quem o buscou. Foi Jesus quem lhes chamou, lhes convidando a uma união mais profunda com Ele", manifestou o Santo Padre.

No momento de suas profissões ou promessas religiosas, prosseguiu o Pontífice, "a fé os conduziu a uma total aderência ao mistério do Coração de Jesus, cujos tesouros têm descoberto. Renunciaram então a bens tais como o dispor livremente de suas vidas, ter uma família, adquirir bens, a fim de lhes fazer livres para dar-se a si mesmos sem reserva a Cristo e a seu Reino.

Recordam seu entusiasmo quando iniciavam sua peregrinação da vida consagrada, confiando na graça de Deus? Tratem de não perder este primeiro ardor, e deixem que Maria os conduza a uma cada vez maior adesão".

Finalmente, o Papa destacou que "qualquer que fosse a missão a vós confiada, qualquer que fosse o claustro ou serviço apostólico ao que se encontram comprometidos, mantenham em seus corações a primazia de sua vida consagrada. Deixem que ela renove sua fé. A vida consagrada, vivida com fé, os une mais proximamente a Deus, faz brotar carismas e confere a seu serviço extraordinários frutos".