Depois das declarações da nova Ministra italiana para a Família, Rosy Bindi, nas quais falou da necessidade de "garantir os direitos das uniões civis", o diário oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, afirmou que "o verdadeiro objetivo" das mesmas parece ser legitimar "a convivência entre casais homossexuais" e seu reconhecimento como "uma forma alternativa de família".

Em duas entrevistas publicadas neste domingo, a nova Ministra para a Família, Rosy Bindi, falou da necessidade de "garantir os direitos das uniões civis". Bindi assinalou que junto à família tradicional existe na Itália "um universo articulado". "Se trata de um grande desafio conciliar os valores da família, como se define na Constituição, com essa pluralidade de situações", indicou.

Em sua edição de hoje, L’Osservatore Romano escreve: "digamos imediatamente que não maravilha o fato de ler a enésima evolução acrobática sobre o assunto dos 'casais de fato’". Para o jornal oficial do Vaticano, é preciso distinguir entre os casais heterossexuais e homossexuais. Trata-se de "uma distinção importante", pois "a convivência dos casais heterossexuais já está regulada no direito através do matrimônio".

Para L’Osservatore Romano, "o verdadeiro objetivo parece ser outro: a convivência entre casais homossexuais, às quais um reconhecimento público daria uma arma formidável para creditar a existência de uma forma alternativa de família".

Por sua vez, a Ministra, depois de conhecer estas afirmações, disse que "a Igreja não pode deixar de dizer aquilo que pensa. Entretanto, a política não pode deixar de assumir a responsabilidade da mediação e da eleição". "Não devemos nos preocupar com as palavras dos bispos, mas sim eventualmente por nosso silêncio", acrescentou.