A organização inglesa Comment on Reproductive Rights afirmou sua oposição ao procedimento que permitiu que uma mulher engravidasse de um bebê livre da herança genética do câncer, devido a que durante o processo de seleção "muitos outros embriões humanos foram desprezados".

Assim divulgou Josephine Quintavalle, diretora do Comment on Reproductive Rights, que também indicou que o assunto não é só "uma questão moral, mas um aspecto ético muito importante. A medida faz lembrar as preocupações que tinham as autoridades nazistas para criar a raça superior e não podemos permitir este atropelo".

Para Quintavalle, o caso "deixa aberta a porta" para que daqui em diante os casais possam decidir que tipo de filhos desejam. "Poderão escolher ter um menino ou uma menina, loiro, castanho ou de melhor aspecto físico, mais saudáveis, sem problemas", disse Quintavalle, para quem o tratamento "é muito preocupante" porque além disso "estamos falando de doenças que na atualidade são tratáveis"."Também passa uma mensagem errada aos que sofrem deficiências físicas ou disfunções", precisou.

Na semana passada a Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana, que outorga as permissões pertinentes em matéria de clonagem, decidiu modificar seu regulamento a respeito para permitir que especialistas como Paul Serhal avancem no tratamento em casos de retinoblastoma e o câncer intestinal, aplicados na "diagnose genética de pré-implantação", que atenta contra a vida dos seres humanos em fase embrionária.

A grávida, que pediu o anonimato, utilizou uma técnica de "scanner" genético para garantir que não transmitirá a seu filho a retinoblastoma (câncer de retina) que ela sofre há anos, informou o jornal The Times. Embora a mulher e seu marido não sofram problemas de fertilidade, ambos decidiram criar um bebê de proveta, para que os médicos examinassem os genes do câncer e selecionassem o embrião saudável entre os criados em laboratório, antes de transplantá-lo ao ovário da mãe.