O Cardeal Camillo Ruini, Vigário da arquidiocese de Roma e Presidente da Conferência Episcopal Italiana, dirigiu-se ontem aos prelados desse país ao iniciar a Assembléia dos bispos e destacou a necessidade de defender a vida humana e a família.

Logo depois de recordar aos soldados italianos que morreram recentemente em um ataque no Iraque, o Cardeal destacou que os bispos e sacerdotes "não devemos nos colocar à frente, mas sim aí deve ir o mistério de Cristo, com a opção por um verdadeiro humanismo". Do mesmo modo, destacou "o compromisso com a vida humana, desde os primeiros momentos da concepção até a morte natural", e com a família "fundada no matrimônio", que devem assumir os prelados do país.

O Cardeal Ruini destacou em seguida "o rechaço ao aborto, que ninguém, sob nenhuma circunstância, objetivo ou lei humana, pode justificar, assim como a eutanásia, e a manipulação de embriões humanos". "Também nos opomos à idéia de dar um status jurídico desnecessário e inapropriado às uniões que são radicalmente diferentes da família, e que por isso mesmo minam seu papel social, e só contribuem para desestabilizar a sociedade", afirmou, em referência às uniões homossexuais que se pretendem equiparar ao matrimônio.

Em seguida, o Cardeal lembrou os "princípios não negociáveis" que o Santo Padre estabeleceu quando se dirigiu a alguns parlamentares europeus no mês de março: defesa da vida, promoção e defesa da família, e proteção do direito dos pais a educar seus filhos.

Além disso, o Vigário da diocese de Roma expressou suas dúvidas em relação às contínuas declarações do Parlamento Europeu que não respeitam a cultura e tradições de alguns membros. Como exemplo citou a resolução de janeiro deste ano sobre "homofobia" em que se exige os mesmos direitos familiares para os casais homossexuais.

Também fez um chamado para que o novo Governo e a oposição "não se detenham em contraposições" e pensem em "compactar o tecido social".

Finalmente, o Cardeal comentou que o filme O Código Da Vinci oferece uma ocasião para que a Igreja realize uma "obra profunda de catequese" para ajudar as pessoas a "distinguir com clareza os dados certos das origens do desenvolvimento histórico do cristianismo das fantasias e das falsificações".