O secretário de Relações Institucionais e Política Autonômica do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Alfonso Perales, acusou a hierarquia da Igreja  Católica de ter iniciado uma "ofensiva política frontal" contra algumas medidas do Executivo e reclamou aos bispos não agir como "carrancuda" contra o Governo liderado por José Luis Rodríguez Zapatero.

"Enquanto mais crescem e mais valente se é na concretização dos direitos individuais e coletivos, mais violenta fica a direita em alguns casos, e também  a hierarquia católica, incompresnsivelmente", declarou Perales.

O dirigente socialista afirmou que o PSOE ficou surpreso com a "virulência e a radicalidade de algumas posições da cúpula eclesiástica contra anúncios do Governo", como é o caso da lei que iguala as uniões homossexuais aos matrimônios.

O secretário socialista disse que o que a seu ver são os erros da Igreja. Esta, nos últimos tempos, tem sido "a história de uma desautorização permanente pelo tempo e a realidade, já que opor-se ao divórcio ou aos anticoncepcionais foi um erro, e opor-se hoje ao  casamento entre pessoas do mesmo sexo também o é".

Após indicar que seu partido não pode deixar de considerar que a maioria de espanhóis são católicos e que, potanto, sua representação institucional "tem que ter um tratamento especial em relação com o Estado”, Perales se perguntou “por que a hierarquia católica inicia uma ofensiva frontal contra um Governo legítimo saído das urnas que não está pondo em dúvida a natureza nem as bases da Igreja”.

“O que se propõem são coisas de senso comum e se a Igreja não concorda deveria manter um nível mais baixo", disse o dirigente do PSOE.

Sobre a adoção de filhos por casais homossexuais,  Perales se mostrou partidário de fazer campanhas de explicação para convercer os católicos de que "as crianças que convivem com famílias homossexuais são crianças perfeitamente acomodados à nova sociedade e não têm nenhum tipo de problema", concluiu.