Em um documento intitulado "Reflexão sobre o pensamento dos bispos em torno das eleições e a responsabilidade do voto", os bispos dominicanos exortaram a população desse país a escolher "autoridades legislativas e municipais que assumam o bem comum, sobre o bem particular".

No texto, lido pelo Secretário Geral da Conferência Episcopal Dominicana, Dom Ramón Benito Angeles, durante uma Missa na paróquia Santo Antonio de Pádua, os bispos advertem que "deixar de votar é uma irresponsabilidade que nos arrebata o direito de reclamar às futuras autoridades legislativas e municipais a que assumam o bem comum, sobre o bem particular".

Os prelados lembram que nas atuais circunstâncias o voto representa um dever de consciência e não deve ser emitido por motivos pessoais e egoístas. Do mesmo modo, convidam os católicos a votar em pessoas com qualidades como competência, honestidade, generosidade, atitude dialogante, criatividade, que ofereçam garantia para o futuro.

Logo depois de recordar que desde 1963 a Igreja Católica deu "um acompanhamento e um seguimento muito sério aos processos eleitorais", advertem que não se identificam nem mandam votar ou rejeitar entidade partidária alguma. "A participação na política para os fiéis constitui um dever verdadeiro e próprio. Devem se inscrever em partidos que defendam uma autêntica política nacional", acrescentam.

Para os bispos dominicanos não é razão suficiente abster-se de não votar apenas alegar que nenhum partido convence a população, "pois não se trata de escolher o ideal e perfeito, mas sim escolher o melhor possível: ninguém é perfeito" e acrescentam que quando os eleitores vão às urnas devem fazê-lo por convicção própria e não por causa do "medo, chantagem, suborno ou a coação".

Os prelados centro-americanos pedem aos partidos o afastamento dos ataques pessoais e que se apague do discurso eleitoral as expressões e tons ameaçadores e que a Junta Central Eleitoral seja um exemplo de "eficácia, incorruptibilidade e transparência".