O bispo da Igreja Patriótica a China, Zhan Silu, que fora ilegitimamente consagrado como tal em 2000, tomou posse hoje da diocese de Mindong, na província sudeste de Fujian, sem a autorização da Santa Sé.

Zhan, que presidiu neste domingo uma missa como bispo de Mindong pela primeira vez, "foi consagrado em 2000 e desde então exercia como bispo auxiliar. Ao morrer no ano passado o bispo, foi automaticamente substituído", declarou à agência EFE, Liu Bainian, vice-presidente e porta-voz da Associação Patriótica Católica Chinesa que desconhece a autoridade do Vaticano e está subordinada ao governo de Pequim.

"A missa de hoje serve para celebrar o fim das obras de reforma da igreja dirigidas por Zhan e não tem nada a ver com Roma nem precisa de sua aprovação", disse Liu.

Por sua vez, Dominique Yung, secretário do Bispo de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, lembrou que desde que foi consagrado em 2000 "a nomeação de Zhan não recebeu apoio por parte do Vaticano".

Este novo ato da Igreja oficial chinesa à margem da Santa Sé se soma aos de 30 de abril e 2 de maio passados em que, sem o consentimento do Papa, foram consagrados bispos de Kunming e Wuhu, os sacerdotes Ma Yinglin e José Liu Xinhong respectivamente.

Naquela ocasião, a Santa Sé condenou a prévia designação dos dois bispos qualificando a de "uma violação grave das liberdades religiosas" e anunciou que tanto os bispos consagrados como seus consagrantes ficavam oficial e automaticamente excomungados.

Segundo a Santa Sé, os bispos ordenados no país asiático são pressionados a tomar parte nas cerimônias de consagração. "Segundo as informações recebidas, bispos e sacerdotes foram submetidos, por parte de organismos externos à Igreja, a fortes pressões e ameaças, para que tomassem parte em ordenações episcopais que, ao estar privadas do mandato pontifício, são ilegítimas e, além disso, contrárias a suas consciências", assinalou o porta-voz vaticano Joaquín Navarro-Valls, no passado dia 4 de maio.