O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Claudio Hummes, assinalou que com o preocupante êxoto de fiéis católicos a outras Igrejas no Brasil, faz-se necessário que "sejamos missionários, e fazer com que os jovens se apaixonem por Jesus Cristo. A partir do encontro com o Senhor Jesus é que se tornarão missionários".

Na entrevista coletiva oferecida ontem à tarde, o Arcebispo de São Paulo declarou que em relação à "Evangelização da Juventude", tema que reúne a 44° Assembléia da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), "a Igreja deve ser muito mais missionária, chegar mais perto dos jovens. Ainda estamos muito longe de chegar até os jovens nesta cultura pós-moderna, consumista, em que devemos dar maior atenção à juventude, especialmente a que vive nas periferias das cidades".

O Arcebispo de São Paulo mostrou sua preocupação pelo êxodo de católicos para outras Igrejas, assim como pelo aumento de pessoas sem religião. Assinalou também que "são em média um por cento ao ano os brasileiros que deixam a Igreja Católica. Os católicos não estão conseguindo acompanhar de maneira adequada àqueles que batizamos".

"É de suma importância –continuou o Cardeal– que os jovens se apaixonem por Jesus Cristo. É necessário chegar até eles, pois a partir do encontro pessoal com o Senhor é que eles se tornam missionários. Este dinamismo missionário é o que queremos e necessitamos em toda a América Latina. A América Latina está passando por um momento ‘quente’ no aspecto religioso, econômico e político. Hoje somos 68 por cento de católicos no Brasil e o processo de evasão continua. Providencialmente é neste marco em que se reunirá a V Conferência Geral em Aparecida e esperamos que seja um momento em que a Igreja se lance a uma grande missão, que a Igreja seja sacudida com um novo ardor missionário".

O Cardeal Hummes lembrou que a opção pelos jovens, formulada em Puebla, é uma resposta a uma exigência. "Os Movimentos eclesiásticos procuraram responder a esta opção, entretanto devemos admitir com realismo que o desafio permanece e até se poderia dizer que aumentou. Precisamos aumentar o espaço para que os jovens tenham vez e voz na Igreja", concluiu o Cardeal.