O caso da morte de Jorge Le´n Escudero, o pentaplégico que foi encontrado morto na quinta-feira passada depois de pedir ajuda para morrer, suscitou na Espanha um chamado a não deter as pesquisas sobre os cuidados paliativos e a assistência médica aos doentes terminais.

A porta-voz da plataforma científica Hay Alternativas, doutora Gádor Jóya, afirmou que "casos como este lembram a urgente necessidade de pesquisar e desenvolver uma rede nacional de cuidados paliativos. E isso é o que estão pedindo as pessoas que se encontram na situação de Jorge León".

Através de um comunicado difundido pela plataforma, a Dra. Jóya disse deste modo "o risco de saúde e social que significaria implicar a dos que estão preparados para curar, os médicos, em processos sistemáticos de suicídio assistido".

Em seu comunicado, Hay Alternativas reclamou "rigor e responsabilidade a quem pretende aproveitar a morte de Jorge León para criar debates artificiais" e lembrou que na Holanda, o país pioneiro em legalizar o suicídio assistido, está demonstrando que "a legalização da eutanásia provoca um retardamento na pesquisa sobre cuidados paliativos e assistência médica aos doentes terminais. E o que estes reclamam hoje não é nem mesmo a eutanásia".

Do mesmo modo, a plataforma assegurou que, "por muito rigorosa que pretenda ser uma norma reguladora da eutanásia, ao final os casos de aplicação sem consentimento explícito são numerosos. Na Holanda, ao menos uma quinta parte das eutanásias se aplicam ao paciente sem seu consentimento, tal e como assinalam os estudos mais confiáveis a respeito".

León, de 53 anos, foi encontrado morto em casa em Valladolid, desligado da máquina que o mantinha vivo, desde que há seis anos um acidente doméstico o deixou sem nenhuma capacidade motora, exceto a de seus lábios.