MUNIQUE, 5 de mai de 2006 às 13:59
A Justiça alemã decidiu hoje a favor da rede de televisão musical MTV no caso apresentado pela Arquidiocese de Munique e Freising, que pediu não permitir a transmissão da série de desenhos animados anti-católicos Popetown.Apesar dos inúmeros protestos do público, não somente católico, o tribunal alemão considerou que com a transmissão do Popetown, a MTV não perturba a paz pública, por isso poderá transmitir a partir de hoje os polêmicos desenhos animados. Entretanto, durante a Semana Santa passada, a rede se viu obrigada a suspender a campanha publicitária da série –de dez episódios– na Alemanha, pois muitos cristãos a consideraram ofensiva.
Muitos alemães tinham classificado a série, entre outras coisas, de burla à Igreja Católica e às crenças cristãs, e exigiam que não fosse transmitida. Segundo a própria MTV, a série conta a história de "um Papa louco e um cardeal criminoso que causam mortes indesejadas-desejadas, a escravidão de crianças e outras coisas estranhas".
Porta-vozes da rede MTV consideraram que Popetown não representa uma calúnia nem um insulto às orientações religiosas dos telespectadores, mas sim deve entender-se como "uma forma de entretenimento satírico e portanto como uma forma de arte".
Por sua vez, o Arcebispado de Munich criticou a decisão dos juizes e manifestou que "a queixa do Arcebispo de Munique-Freising, Cardeal Friedrich Wetter, por uma nova sensibilidade no trato em público de símbolos religiosos e conteúdos de fé, é ordem do dia. O Cardeal relaciona esta exigência com uma clara crítica a esta série de televisão".
A exigência do Cardeal Wetter suscitou uma especial reação contra a mencionada série de televisão, não só por parte de diversas confissões cristãs, mas também de representantes do judaísmo e do islamismo.
A série –produzida pela BBC e com licenças para a transmissão na Itália, Alemanha, Austrália e Nova Zelândia– só chegou passar, até o momento, na Nova Zelândia. No Reino Unido, a BBC renunciou estrear a série pelos protestos suscitados entre os católicos. Na Itália, uma rede fechada também fez o mesmo diante das críticas.