O Bispo da diocese aragonesa de Huesca e de Jaca, Dom Jesus Sanz Montes, denunciou a pretensão de "mudar a alma da história" do povo espanhol por parte de alguns setores e avisou que não contem com ele "para ser fugitivo no mapa do despropósito moral", embora seja necessário "pagar o preço fugaz do isolamento e até da solidão".

Em uma carta pastoral, o Prelado questionou que se tenham que aceitar o destino e itinerário a que conduzem "decisões que obedecem a uma rota onde se impõe uma viagem sem mapa conhecido", medidas com as quais "se pretende mudar a alma da história de um povo, e o ‘almario’ de sua geografia secular".

"Reabrem-se velhas feridas quando com esforço e generosidade foram timidamente cicatrizando. Fazem-se leis a medida de uma demanda em que não sabemos muito bem quem manda. Decide-se deixar de investigar escuridões terríveis em fatos indeléveis segundo o menu da conveniência partidarista. Qualquer bastião religioso, político ou mediático que possa supor uma interdição ou propiciar uma legítima confrontação, será sistematicamente encurralado, caluniado e criticado", assinalou o Bispo.

Ao referir-se aos ataques que "contra vento e maré, e sem tom nem som" vêm sofrendo a família e a educação, Dom Sanz indicou que as exigências de milhões de cidadãos "tiveram como resposta um menosprezo sufocante e presunçoso".

"O grande Gilbert K. Chesterton dizia que ‘em um mundo de fugitivos para tantas derivas absurdas, quem com cuidado e paciência trata de não perder o caminho certo, parece que é o único que escapa da realidade’. Por isso, para ser fugitivo no mapa do despropósito moral, que não contem comigo, não, obrigado, embora tenha que pagar o preço fugaz do isolamento e até da solidão", sentenciou o Prelado para quem "o que vamos vendo é algo inculto que nos isola para fora de nossas fronteiras e nos enfrenta por dentro, com base em uma ideologia não avisada em seu rancor anticristão e em sua frivolidade".