A prelazia do Opus Dei dirigiu uma carta aos produtores do filme O Código Da Vinci, a empresa Sony Corporation, em que assinala que a inclusão no início do filme de um "esclarecimento" seria um "gesto de respeito" para Jesus Cristo, a Igreja e as crenças religiosas dos espectadores.

"Alguns meios de comunicação escreveram concretamente que a Sony está pensando a possibilidade de incluir no início do filme um ‘disclaimer’ que esclareça que esta é uma obra de ficção, e que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. Uma eventual decisão da Sony nesse sentido seria um gesto de respeito para a figura de Jesus Cristo, a história da Igreja e as crenças religiosas dos espectadores", assinala a missiva do departamento de imprensa da instituição católica no Japão, sede da empresa produtora do longa-metragem.

Em uma carta aberta dirigida aos acionistas, diretores e empregados da Sony Corporation e datada de 6 de abril, o escritório de imprensa assinala que "há vários aspectos do romance O Código Da Vinci que deformam a figura de Jesus Cristo, e que afetam as crenças religiosas dos cristãos".

Do mesmo modo, lembra que no livro inspirador do filme se diz que "a fé cristã se baseia em uma grande mentira, e que a Igreja Católica empregou ao longo dos séculos meios delitivos e violentos para manter as pessoas na ignorância".

"A novela mistura realidade e ficção, e no final não se sabe onde estão as fronteiras entre os fatos verídicos e os fatos inventados, de maneira que um leitor que conheça pouco a história pode chegar a conclusões falsas, e é possível inclusive que se sinta inclinado a olhar com menos simpatia a Igreja, que entretanto é merecedora de respeito", diz o texto.

Além de expressar sua disponibilidade "para informar a quem deseja conhecer a realidade do Opus Dei, que nada tem a ver com o retrato que desenha essa novela", o departamento apela à responsabilidade social de toda empresa e que se deve expressar no respeito "às crenças dos cidadãos: em nossas sociedades livres, ser responsável implica ser respeitoso".

"Por diferentes declarações públicas de pessoas que participam deste projeto, sabemos que a Sony-Columbia deseja vivamente que este filme não fira a sensibilidade religiosa dos espectadores, e quer evitar que a estréia seja motivo de divisão, em um mundo já muito dividido", assinala o Opus Dei.