O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, exortou os católicos a deixar o descuido e responder com o testemunho da verdade e com "nobre firmeza" à onda "prepotente e impudica" de ódio a Jesus Cristo e à Igreja que se levantou em nível mundial.

"Ultimamente tem se desatado em todo o mundo uma onda prepotente, impudica de desprezo e ódio a Jesus Cristo, não só à Igreja ou aos cristãos, mas ao próprio Cristo. Não se trata de episódios isolados, vários fatos recentes –basta mencionar agora alguns deles– indicam em sua simultaneidade que se avança contra o cristianismo quanto tal, atacando seu centro vital com as características de uma conspiração", disse o Prelado durante a Missa do Domingo de Ramos na catedral.

Em sua homilia, o Arcebispo argentino enumerou alguns exemplos recentes deste ataque contra o cristianismo. "Na revista ‘Rolling Stone’ aparece um conhecido rapper com uma coroa de espinhos; em um curta cinematográfico sobre o espírito de Natal apresenta uma briga a tapas entre Jesus e Papai Noel; um jornal francês mostra uma caricatura obscena do Senhor e na mesma linha se localizam pinturas com alusões sexuais exibidas em uma exposição em Londres; o logotipo uma famosa marca de calças de origem sueca é um crânio com uma cruz invertida. Foram vendidas cerca de duzentas mil peças e o estilista declarou que quis se pronunciar ativamente contra o cristianismo".

Mais adiante, o Prelado acrescentou que "às fabulações infames do Código Da Vinci’, que cobrarão novo impulso com o filme que estréia em breve, junta-se agora o assim chamado ‘Evangelho de Judas’, um escrito da seita gnóstica dos cainitas, já refutado por São Irineu por volta do ano 180. Acaba de ser apresentado pela National Geographic Magazine como se fosse uma novidade, aproveitando a proximidade da Semana Santa; promete ser, também esta, uma frutífera operação econômica".

"Pode-se acrescentar a esta listas as repetidas profanações da Sagrada Eucaristia, as blasfêmias contra a Santíssima Virgem e as pressões crescentes para retirar dos locais públicos as cruzes e outros sinais cristãos", acrescentou o Arcebispo platense.

Ao se referir à reação da sociedade frente aos ataques contra os muçulmanos e judeus, Dom Aguer lembrou que "muito recentemente, a publicação de caricaturas da Maomé desencadeou a ira dos fiéis ao Islã e muitas reações de crítica e indignação. Em geral, quando se ataca mesmo de leve a comunidade judaica se ativam com rapidez os mecanismos democráticos que censuram toda discriminação e se opõem a qualquer limitação da liberdade religiosa", refletiu.

Paradoxalmente, assinalou o Arcebispo, "chama a atenção a apatia, a lentidão, o suspeito silêncio frente aos atentados contra a fé cristã. Parece que o cristianismo, e mais especificamente o catolicismo pode ser atacado com impunidade".

"O que estranha ainda mais é a relaxação, o descuido, a inação dos cristãos que sofrem sem reclamar de que insultem seu Senhor e que se manipulem as realidades mais santas da religião. É um triste sinal de como se debilitou a fé e sua projeção na cultura de povos que alguma vez se glorificaram de sua vinculação filial com a Igreja de Cristo. Alguns fatos como os que assinalei ocorreram também na Argentina, porque neste longínquo sul não faltam os adiantados da globalização", indicou.

Finalmente, Dom Aguer exortou aos cristãos a "oferecer um testemunho sereno e cordial da verdade, que não exclua quando corresponde uma nobre firmeza para fazer que se respeite, de acordo à decência, a justiça e as leis, o sagrado tesouro da catolicidade".