Em um comunicado difundido ontem pelo Episcopado mexicano, os bispos desse país exortaram os candidatos presidenciais a apressentarem "planos concretos a curto, médio e longo prazo para paliar" o problema da imigração e "não se limitar a apontar o problema".

No "Comunicado sobre acordos migratórios entre os EUA e México" os prelados afirmam que "tentar deter a migração com diversos tipos de barreirasé impossível" e o que é necessário na verdade é "dialogar e procurar soluções de fundo; tomando consciência da contribuição específica que a migração pode oferecer à paz mundial".

"Os Estados Unidos –prosseguem– reconheceram na prática que requerem da mão de obra mexicana para a manutenção de uma economia saudável. Portanto, devem fazer um esforço especial para dispor de vias legais para que os trabalhadores mexicanos encontrem nesse país empregos que lhes proporcionem uma vida digna através de um salário digno, junto com as prestações e proteções trabalhistas justas".

Em seguida, os bispos exigem "uma reforma includente, justa e razoável onde sempre se reconheça que se trata de leis que afetam seres humanos" e destacam que "grupos políticos, sindicatos, acadêmicos e profissionais de todas as ideologias, estão se unindo para buscar soluções de fundo para este fenômeno. Queremos que a Igreja Católica continue sendo uma fonte de esperança real para um respeitoso e sério diálogo".

"Regular os fluxos migratórios entre países é um processo. Não podemos perder de vista nossa responsabilidade por levar adiante reformas estruturais para que os mexicanos encontrem em nosso país as condições básicas para viver dignamente em qualquer profissão que escolherem", lembram os prelados.

Finalmente, na missiva assinada pelo Presidente da Conferência Episcopal Mexicana e o Secretário de desse organismo; Dom José Guadalupe Martín Rábago e Dom Carlos Aguiar Retes, respectivamente, exortam a "a cooperação de todos para procurar em conjunto formas de solucioná-la, contribuindo com nossa participação e nosso esforço, para que se reconheçam os direitos e se faça justiça a nossos irmãos que procuram com todo direito desenvolver sua vida".