Itália concedeu asilo nesta quarta-feira a Abdul Rhaman, o afegão que se converteu ao cristianismo que se salvou da pena de morte depois que os tribunais do Afeganistão o deixaram em liberdade por "falta de provas"; e pela pressão da comunidade internacional.

Assim informou o Primeiro Ministro Silvio Berlusconi, que indicou que Rhaman está sob o cuidado do Ministério do Interior, depois de chegar cedo pela manhã à península itálica. Abdul Rahman "já está na Itália. Parece-me que chegou na madrugada", afirmou, sem entrar em maiores detalhes.

O Ministro das Relações Exteriores, Gianfranco Fini, já tinha expressado o sentimento de seu país ao afirmar que a Itália tinha o dever de expressar sua "indignação" com o caso. Além disso, o Ministro do Interior, Giuseppe Pisanu, disse na terça-feira que o asilo geraria "todas as formas de amparo e assistência" relacionados ao reconhecimento do status de refugiado de Rahman.

Do mesmo modo, o porta-voz do Governo da Alemanha –país aonde viveu Rahman nove anos e onde se converteu ao cristianismo– Thomas Steg, assinalou que "este (o asilo) é um sinal humanitário e nos solidarizamos com ele".

Por sua vez, o parlamento afegão tinha exigido que o Governo impedisse que Rahman saísse do país, enquanto que os ímãs muçulmanos do Afeganistão condenaram a libertação do converso, o que consideraram "uma traição ao Islã" e ameaçaram incitando uma série de protestos violentos.

Abdulrahman Jan, ímã principal da província de Zabul, disse que o Governo deveria ter obrigado Rahman a se converter novamente ao Islã ou, em todo caso, deveriam tê-lo matado. "Isto é terrível e é uma vergonha para o Afeganistão", acrescentou.