Diante dos 40 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional audiência das quartas-feiras, o Papa Bento XVI lembrou nesta manhã que no dom da comunhão se experimenta a salvação de Deus e que é "verdadeiramente a Boa Nova em remédio de qualquer solidão".

Ao comentar o Evangelho segundo São João, o Papa disse que "a comunhão de amor que une o Filho ao Pai e aos homens é ao mesmo tempo o modelo e a fonte da comunhão fraterna, que deve unir os discípulos entre eles. Esta vida de comunhão com Deus e entre nós é a finalidade própria do anúncio da Boa Nova".

Assim, o Pontífice destacou que "a comunhão é nutrida pelo Pão eucarístico e se expressa nas relações fraternas, em uma espécie de antecipação da glória futura. A comunhão é verdadeiramente a Boa Nova em remédio para toda solidão, o dom precioso que nos faz sentir acolhidos e amados em Deus, na unidade de seu Povo reunido no nome da Trindade".

Ao iniciar sua meditação intitulada "O dom da Comunhão", o Santo Padre afirmou que "através do ministério apostólico a Igreja, comunidade reunida pelo Filho de Deus feito carne, viverá no suceder dos tempos edificando e nutrindo a comunhão em Cristo e no Espírito, a qual todos são chamados e na qual podem experimentar a salvação doada pelo Pai".

Citando a segunda carta aos coríntios, o Santo Padre evidenciou como "o dom gratuito do amor do Pai em Jesus Cristo se realiza e se expressa na comunhão atuada pelo Espírito Santo". O texto da epístola paulina "apresenta a comunhão como um dom específico do Espírito, análogo ao amor doado por Deus Pai e à graça oferecida pelo Senhor Jesus", acrescentou.

Mais adiante, Bento XVI ressaltou que "a insistência sobre a comunhão fraterna parece orientar a ver na koinonia do Espírito Santo não só a ‘participação’ da vida divina no Espírito, mas também a ‘comunhão’ entre os fiéis que o Espírito suscita como seu artífice e principal agente".

"Poderia-se afirmar –continuou– que graça, amor e comunhão, referidos respectivamente a Cristo, ao Pai e ao Espírito, são aspectos diversos da única ‘economia’ da salvação, que faz da Igreja ‘um povo reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo’".

Ao final da audiência, o Papa saudou os presentes em diversas línguas e, falando em espanhol, animou aos fiéis a viver "em comunhão fraterna, amando-se uns aos outros e anunciando, assim, o Evangelho a todos os homens".