O Padre Frank Pavone, Diretor Nacional do Priests for Life e testemunha presencial das horas finais de Terri Schindler-Schiavo, escreveu uma carta aberta a Michael Schiavo, marido de Terri, que leu perante uma grande audiência no domingo passado. Nela, o presbítero afirmou que "alguns pediram que me desculpe por tê-lo chamado de assassino. Não só não me desculparei como digo isso outra vez".

"Sua morte não foi pacífica, tampouco bela. Se a tivesse visto e tivesse se percatado do que faziam seus olhos, saberia que dizer que sua agonia foi pacífica é uma mentira", precisou o Pe. Pavone.

"Nesta semana –prosseguiu o sacerdote– dezenas de milhões de americanos recordarão esses agonizantes dias do ano passado e coçarão a cabeça tentando entender por que não deixou que a mãe, pai e irmãos de Terri se ocupassem dela, como tinham solicitado. Eles lhe ofereceram, uma e outra vez, a opção de deixá-los atendê-la sem te pedir nada por isso. Mas não quis, e insistiu em que cortassem a alimentação de Terri. Ela não tinha uma doença terminal. Era simplesmente uma mulher deficiente que necessitava de atenção extra que você não queria lhe dar".

Logo depois de lembrar que em outras oportunidades já tinha lhe dito para que reconsiderasse suas decisões, o Pe. Pavone destacou que "chamei a sua morte de assassinato e o chamei de assassino porque você sabia –como todos nós– que deixar de alimentar Terri a mataria".

Do mesmo modo, o presbítero destacou que "sua vida estava nas suas mãos, mas você desprezou, com a cooperação voluntária de advogados e juizes sem coração como você. Alguns pediram que me desculpe contigo por te chamar de assassino. Não só não me desculparei como digo isso outra vez. Sua decisão de deixar que Terri se desidratasse foi sua decisão de matá-la". "Não importa se era legal. Não há diferença, foi um assassinato aos olhos de Deus e os de milhões de americanos. Você é quem nos deve uma desculpa", precisou.

Para o sacerdote, as ações de Michael Schiavo são "as que nos ofendem" e destacou que não só "matou Terri mas também feriu profundamente a sua família, além de ter desgraçado a nossa nação, traído o evangelho de Jesus Cristo e minado os princípios que nos mantêm como uma sociedade civilizada".

"ofendeste os que lutam diariamente por atender seus entes queridos que estão morrendo, e que em ocasiões devem tomar a legítima decisão de descontinuar um tratamento inútil. Ofendeste-os ao tratar de confundir suas circunstâncias com as de Terri. O caso de Terri não tinha nada a ver com decidir se valia a pena o tratamento –que às vezes deve ser feito– mas sim julgou que uma vida não valia a pena, que nunca é o caso", anotou.

Finalmente, o Pe. Pavone exortou Michael a "se arrepender e pedir perdão ao Senhor, quem tem a vida de todos nós em suas mãos".