O Arcebispo de San Salvador, Dom Fernando Sáenz Lacalle, expressou sua esperança em que as declarações anunciadas pelo ex-capitão Alvaro Saravia sobre o assassinato de Dom Oscar Romero iluminem o caso.

Em declarações à imprensa, o Prelado disse que "a história tem seus direitos e cedo ou tarde serão esclarecidos todos os acontecimentos e todos os detalhes". Indicou que "possivelmente estas declarações do capitão Saravia possam iluminar e dêem alguns dados interessantes".

O ex-militar, condenado em 2004 nos Estados Unidos a pagar uma indenização de dez milhões de dólares aos familiares do Prelado, afirmou em dias passados que pedirá perdão à Igreja pelo crime cometido e que revelará os nomes de outros envolvidos.

Politização dificulta processo de canonização

Por outro lado, Dom Sáenz Lacalle, pediu que não politizem a figura de Dom Romero porque isso atrapalha o processo de canonização. Acrescentou que "todos temos a oportunidade de contribuir positivamente à boa marcha" da causa.

O Prelado explicou que a Santa Sé é quem definirá se Dom Romero é um mártir. "É um tema muito delicado, porque o martírio significa receber a morte por uma razão de ódio à fé ou à Igreja, e não por uma razão política", esclareceu a um jornal local.

Entretanto, assinalou que "um dado fundamental" para o processo está em que "morreu como sacerdote celebrando a Missa, isto é como um carinho de Deus por ele". Acrescentou que a Congregação para a Causa dos Santos examinou seus escritos e declarou que "não há neles nenhum obstáculo, que não há nada que se afaste da ortodoxia".

Dom Oscar Arnulfo Romero foi assassinado aos 63 anos em 24 de março de 1980, quando celebrava uma Missa na capela do hospital para doentes de câncer Divina Providência em San Salvador.