A precária saúde da economista independente católica Martha Beatriz Roque, a única mulher entre os 75 dissidentes condenados no ano pelo  regime cubano a duras penas de prisão, determinou que fosse libertada em Havana.

Roque, de 58 anos, é reconhecida internacionalmente por sua ativa oposição pacífica ao governo de Fidel Castro. Foi condenada a 20 anos de prisão devido a sua dissidência, e passou um ano na prisão apesar  de sofrer uma severa hipertensão, displasia mamária, diabetes e trastornos cardíacos.

Da casa de sua irmã, Roque disse que continuará seu “trabalho na oposição porque as idéis não se apagam com a prisão” e acrescentou que       não aceita “condições para ser livre: sou dissidente e continuarei sendo dissidente”.

Roque tornou –se a sétima dissidente solta do grupo dos 75. O primeiro libertado foi Julio Valdés Guevara, por padecer sérias complicações renais. Em todos os casos, as autoridades optaram por dar-lhes uma “licença”.

“O denominador comum destas libertações é que são pessoas seriamente doentes, e temem por sua morte em custódia governamental”, explicou ao Nuevo Herald Elizardo Sánchez Santacruz, presidente da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.

Roque, diretora do Instituto Cubano de Economistas Independentes, havia cumprido antes três anos de prisão entre 1997 e 2000, por sua participação no Grupo de Trabalho da Dissidência Interna que emitiu o documento contestatário “A Pátria é de todos”.