A Associação de Vítimas do Aborto (AVA) acolheu o clamor das  pacientes com o vírus da   AIDS que estão grávidas e sofrem a pressão  de  agentes sanitários para abortar, apesar do tratamento retroviral ter diminuído até  5 por cento a transmissão materno-fetal da doença.

A AVA difundiu o caso de uma jovem de 23 anos de idade “que sofreu neste ano            a pressão médica por ser HIV positiva e querer continuar sua gravidez, tomando as medidas adequadas de profilaxia para que seu filho   não se contagie”.

A mulher ficou gráfica  “tendo já a infecção do HIV e os médicos de família  e o ginecologista do Serviço de Saúde de sua comunidade autônoma onde reside lhe pressionaram para que não tivesse a criança”.

“Me disseram para abortar porque iria seguramente nascer um bebê com HIV, que teria má formações e seria um monstro”, declarou a mãe que decidiu não matar a seu filho e submeter-se adequadamente ao tratamento durante toda a gestação.

Seu filho nasceu sem  má formações e  o exame de  HIV deu negativo. “Estamos à espera de um segundo exame, mas ainda que meu filho tivesse o vírus, eu  tenho direito a tê-lo e a ser mãe. Não há direito a que me tenham tratado assim durante os nove meses de  gravidez, meu filho não vai ser uma carga para ninguém, e se estiver doente eu  cuidarei dele”, disse a mulher à AVA.

Segundo a AVA, “esta mulher foi violada pelo Seguro Social para cometer um ato contra sua vontade, sem oferecer informação objetiva médica sobre a grande eficácia da prevenção da transmissão   da AIDS”.

“Esta mãe de 23 anos não queria abortar e teve que defender a vida de seu filho durante toda a gravidez, acabando destroçada psicologicamente”, denunciou a AVA e acrescentou que “há mais casos como este que estão chegando à associação: mulheres e homens vítimas de pressão social para não terem seus filhos”.

A  associação pediu “em nome das pessoas coagidas por seus médicos, chefes e famílias, e das quais se viram forçadas a abortar”, a existência “de um verdadeiro estado social, com apoio efetivo econômico e profissional para os casais com   dificuldades que querem levar adiante a gravidez”.

“Que se conte a verdade científica das seqüelas físicas e psíquicas do aborto ou interrupção da gravidez e que sejam oferecidas outras opções antes do aborto”, acrescentou a  associação.