Em um recente artigo publicado no jornal La Nación da Costa Rica, o diplomata José Joaquín Chaverri explicou como os bem-sucedidos projetos sociais apoiados na solidariedade em regiões menos favorecidas da Costa Rica requerem agora de um fortalecimento da política familiar.

"Sarchí e Grécia são regiões da Costa Rica –explicou Chaverri– em que, como laboratórios sociais, foram realizados projetos de grande repercussão humana, em que a solidariedade poderia explicar a sobrevivência, depois de tantas mudanças nos preços do café e da cana".

O autor descreve em sua coluna a experiência da "Cooperativa Vitória", um projeto que ajudou a construir proprietários de pequenas, médias ou grandes porções de terra de produção, junto ao Governo, "escolas, casas, redes sociais, hospitais, moradias e centros educativos, exemplo concreto de desenvolvimento".

"Este laboratório social se mostrou também em outras organizações, sindicais, associações solidárias, empresas de autogestão, cooperativas e iniciativas propriamente empresariais, que conformaram, com a lei na mão, sem violência, o impulso social, destes cantões e de outros, como os que conformaram no Atlântico", assinala o diplomata costa-riquenho.

Chaverri indica também que as iniciativas não podem permanecer estáticas diante dos novos desafios; "por isso os programa de microcrédito, o departamento de habitação, os programas de habitação do Governo, as caixas para educadores, de microempresas, as juntas rurais de crédito, a formação profissional e muitas outras realidades, que projetaram historicamente paz social no país, devem ser complementadas com urgentes iniciativas de responsabilidade social", explicou.

A esse respeito, o analista destaca que a política familiar é uma importante medida social de levar à frente. "A política para a família na Costa Rica requer estudo e idéias simples, a fim de avaliar como podem se realizar iniciativas que tendam a constituir

propostas concretas, que salvem a nossas famílias da destruição. Não se trata de transformá-las em receptor de ajudas estatais, é algo muito mais profundo".

Estas iniciativas, diz Chaverri "poderiam, em uma primeira etapa, oferecer apoio concreto à constituição de famílias nos setores desfavorecidos, proteger os diversos passos da maternidade, apoiar as super-exigências que se apresentam às famílias com problemas econômicos".

Segundo o autor, o que fica ainda pendente é "reunir a valiosa contribuição de juízes, advogados, trabalhadores sociais, sociólogos, políticos, filósofos, famílias, cooperativas, pesquisadores sociais, universidade, políticos, famílias a fim de dar o tom positivo e adequado a estas novas idéias, que estão repropondo políticas sociais e onde se pode dar um passo" mais firme para consolidar a coluna vertebral da estrutura social do país: a família.