A Conferência Episcopal Hondurenha (CEH) insistiu ao novo Governo, políticos e setores sociais, a trabalhar em políticas que permitam superar a pobreza e a violência civil que afetam ao país.

Através da carta pastoral "Pelos caminhos da esperança", o Episcopado assinalou que "são muitas as desilusões que vão se incubando na alma de nosso povo". Advertiu que o aumento das frustrações individuais e coletivas (..) impedem uma verdadeira solução dos problemas por caminhos pacíficos e geram reações violentas".

O texto lamenta que a distribuição desigual da riqueza, a corrupção, o esquecimento do bem comum, a falta de justiça e solidariedade, entre outros, pareçam ser obstáculos intransponíveis que impedem "a eliminação da pobreza e o desenvolvimento de nosso povo".

Nesse sentido, destacam a necessidade de fortalecer as instituições democráticas, debilitadas a causa do populismo e a corrupção. Lembram que com seu testemunho, os católicos contribuem na luta contra a corrupção.

Os bispos também explicam que "a questão educativa" é básica para acabar com a pobreza. Sustentam que um sistema educativo eficiente e de qualidade ajudará a formar as pessoas "para seu fim último e ao bem das sociedades".

Igualmente, pedem ao Governo estabelecer regras claras que fomentem o investimento e o emprego. "As políticas e o investimento social devem ir em consonância para que a população tenha acesso aos serviços básicos: moradia, saúde, educação e, principalmente, emprego".

Com respeito à segurança civil, a CEH explica que é preciso uma política "enquadrada no mais amplo do desenvolvimento humano integral" e que parta "de um diagnóstico das múltiplas causas da violência". Acrescenta que um plano nacional de segurança "não pode se reduzir à repressão e ao castigo penal do crime", mas sim procurar sua prevenção e a reabilitação do delinqüente.

Também pede, entre outras coisas, uma luta frontal contra o crime organizado e o narcotráfico, que crescem "de maneira alarmante" e prejudicam a sociedade. "A tarefa que temos pela frente é imensa", reconhece o Episcopado. Entretanto, chamam a não cair no desânimo, mas seguir andando "pelos caminhos da esperança".

"A esperança dá sentido e direção à vida pessoal e coletiva, anima e fortalece o esforço perseverante de cada dia e cria solidariedade, já que o bem esperado é para todos", finaliza o documento.