O Bispo de Jerez de Frontera (Cádiz), Dom Juan del Rio, criticou que na Espanha "há dois pesos para medir as religiões" pois enquanto os máximos dirigentes espanhóis pedem "sensibilidade" para compreender o Islã, eles mesmos "calam ou olham para o lado quando há ultrajes ao cristianismo".

O Prelado fez menção às peças de teatro blasfemas que com "substanciosas subvenções públicas" estrearam na Espanha durante os últimos meses, assim como a um programa de televisão em que se "cozinha" um Cristo, exposições de arte ou imagens de personagens cristãos com motivos obscenos na Internet e à "curiosa permissividade" dos programas televisivos que "pintam" a comunidade católica como "um agregado de pessoas sebosas, reprimidas, cavernícolas e outras muitas lindezas".

Diante disto, indicou o Bispo, "dá a impressão de que vale tudo contra o cristianismo, inclusive a morosidade na aplicação da lei de nosso Código Penal". Assim, comentou, a Igreja é "o grupo humano mais agredido do mundo nos tempos modernos, supostamente civilizado".

Sobre os acontecimentos que, como conseqüência da publicação em um jornal dinamarquês de caricaturas de Maomé, ocorreram na Europa e outras partes do planeta, o Prelado indicou que "se percebe unanimemente uma manipulação política e ideológica do fato", afirmando que a liberdade de expressão "tem os limites que marca a lei", esclarecendo entretanto que "o nome de Deus não deve ser utilizado em vão para esmagar, com a violência, os princípios que configuram as sociedades livres".

Por último, concluiu o Bispo, "o direito de liberdade de expressão não pode implicar o direito de ofender os sentimentos religiosos dos crentes".

As duas medidas de Zerolo

O ativista homossexual socialista e secretário de Movimentos Sociais e Relacionais com as ONG do Governo espanhol, Pedro Zerolo, que liderou a última "parada do orgulho gay" em Madri, infestada de insultos à Igreja e aos católicos, criticou recentemente um conjunto musical do Carnaval de Ceuta por insultar a comunidade islâmica.

Zerolo, muito indignado, denunciou que as expressões utilizadas na canção, "são inaceitáveis, já que superam os limites do humor e do bom gosto e atentam gravemente contra a convivência" e exigiu do Partido Popular tomar medidas "para evitar que fatos tão lamentáveis como estes voltem a se repetir nos lugares em que governa".

"Não responder de forma contundente a este tipo de manifestações seria uma grave irresponsabilidade, quando não uma demonstração de conivência com as mesmas", concluiu Zerolo.