Uma equipe de historiadores e especialisas constituíram em Cracóvia a comissão especial Memória e Atenção, dpois do decreto que ordenou a criação da mesma, assinado pelo Arcebispo da cidade e futuro Cardeal, Dom Stanislao Dziwisz. Tal organismo investigará o papel do clero durante o regime comunista.

A comissão, cujos trabalhos serão coordenados por Dom. Jan Szkodon, investigará os casos de colaboração de alguns sacerdotes com os Serviços de Segurança, conforme indicou o porta-voz arquidiocesano, Pe Robert Necek. A comissão também procurará prevenir acusações erradas contra a Igreja na Polônia e será "um exercício de purgação", acrescentou o porta-voz.

Dom Dziwisz afirmou no decreto constituinte da comissão que se sente "responsável pela postura dos religiosos que foram fiéis a seus votos e à Igreja, mas também da postura dos que traíram a Igreja em nome de interesses materiais ou por culpa das fraquezas". Lembrou que "toda a época da República Popular da Polônia foi um tempo de perseguição da Igreja, freqüentemente violenta e sangrenta. Um dos métodos mais distorcidos foram as ações dos Serviços de Segurança encaminhadas a implicar os religiosos na colaboração com o sistema comunista".

Para o Prelado, essa época foi um tempo de luta para a Igreja pela liberdade e destacou que os historiadores terão que investigar os fatos "levando em conta todo o contexto".

A Igreja desenvolveu um importante trabalho de guia espiritual durante o regime comunista, que considerava à Igreja como um inimigo; e utilizou diferentes métodos, em ocasiões violentos, para eliminar a autoridade eclesiástica e sua influência entre os cidadãos. Um dos casos mais repercutidos e que mais protestos deperou foi o assassinato do sacerdote Jerzy Popieluszko em 1984, torturado pelas forças de segurança antes de morrer.