O Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, solicitou às autoridades investigar a fundo as denúncias sobre pederastia e não ficar só no tema da espionagem telefônica do Governador de Puebla, Mario Marín, envolvido segundo uma investigação jornalística, em redes de prostituição infantil.

Há algumas semanas, a jornalista Lydia Brinco publicou o livro "Os Demônios do Éden", no qual denuncia a redes que fazem comércio sexual com crianças e cujos protagonistas são empresários e políticos nacionais, entre eles o Governador de Puebla, Mario Marín.

Posterior à publicação, saiu na imprensa uma conversação telefônica interceptada entre Marín e o empresário Kamel Nacif, que planejavam ações contra a jornalista. Tudo isso provocou protestos que pedem a renúncia de Marín.

Diante disso, o Cardeal Rivera Carrera pediu não reduzir o problema à interceptação telefônica e a possível renuncia de Marín, já que o fundo de tudo é a denúncia das redes de pederastia. "O México tem que acabar com esse turismo (sexual), tem que acabar com essa atração que existe para que venham aqui os violadores a prejudicar a nossa infância", acrescentou o Cardeal ao terminar a Missa dominical.

Por sua vez, o Semanário Desde la Fé, órgão informativo do Arcebispado do México, exigiu em seu editorial uma profunda investigação sobre este tema. Afirmou que a sociedade mostraria um "enorme grau de decomposição se um governante, com a mais alta responsabilidade, fosse capaz de corromper-se em casos tão deploráveis e as pessoasb ficassem com os braços cruzados".

O texto lembrou um comunicado do Bispo de León, Dom José Guadalupe Martín Rábago, que adverte sobre as conseqüências da pornografia e assinala que isso "não só ofende a castidade, mas também atenta contra a dignidade da pessoa".