QUITO, 19 de mai de 2004 às 14:22
A Conferência Episcopal Equatoriana (CEE) fez um chamado ao Governo do Presidente Lucio Gutiérrez a favor de melhorar a atenção prestada ao crescente número de refugiados colombianos que chegam ao Equador fugindo da violência armada em seu país.
Em uma entrevista concedida à agência espanhola EFE, a diretora do Departamento de Movilidad Humana da CEE, Ir Janette Ferreira, destacou que as diversas sugestões ao governo foram apresentadas na forma de um livro intitulado “Hacia una visión compartida del conflicto colombiano en los países vecinos”, elaborado pela Igreja Católica e o Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados.
Segundo a religiosa, o estudo é “um chamado de atenção às comunidades, ao Governo e à própria Igreja para que juntos busquemos soluções para os problemas” que causa o êxodo de colombianos.
Segundo fontes do ACNUR, mais 300.000 colombianos residem no Equador, 7.000 deles como refugiados; mas nos últimos cinco anos as autoridades equatorianas receberam 27.000 solicitações de refúgio.
A religiosa destacou que o número de refugiados e de solicitantes desse estatus é mínimo em relação ao número de residentes colombianos no Equador, muitos dos quais se encontram em situação irregular.
“O mais importante é a regularização dos colombianos, e se pudéssemos ajudar para que tenham uma situação regular no Equador, eles poderiam ser um fator de desenvolvimento e de contribuição para a produção geral do país”, explicou a religiosa.
Ir Janette também fez um chamado à população equatoriana para que não caia em certos preconceitos para com os refugiados colombianos, os quais muitas vezes injustamente são relacionados com a violência. “Essa é uma mentalidade que devemos mudar”, concluiu.