O Núncio Apostólico na Nigéria, Dom Renzo Fratini, afirmou que "não há um ódio específico contra os católicos na Nigéria" desmentindo alguns órgãos de informação que apontaram a comunidade católica como alvo de extremistas muçulmanos.

Conforme informou a agência Fides, Dom Fratini explicou que "certamente existem há algum tempo algumas tensões entre muçulmanos e cristãos, portanto não só contra católicos, mas se trata de um fenômeno que não tem muito a ver com a religião, porque houve certas instrumentalizações políticas que procuram explorar as divisões da sociedade nigeriana para conseguir seus próprios objetivos".

Dom Fratini disse também que no caso da Nigéria, é preciso considerar o contexto específico em que ocorreram as recentes agressões contra os cristãos, e explicou que o tema das chargess ofensivas é apenas um pretexto.

"Efetivamente –continua o Núncio– as manifestações, degeneradas em violência dos dias passados, foram convocadas não só para protestar contra as charges mas também em oposição a uma emenda à Constituição que permitiria ao presidente Olusegun Obasanjo conseguir um terceiro mandato em 2007"

Depois da violência em Maiduguri, ocorreram mais confrontos em Bauchi, 250 quilômetros ao sul de Maiduguri. A imprensa local informou que o fato teria deixado uma dezena de mortos em enfrentamentos que estalaram quando se difundiu a notícia de que um professor de um Instituto local teria confiscado um documento islâmico que uma estudante estava lendo durante a aula, enquanto outros falaram de uma grave profanação do Corão. Até o momento a Igreja local não confirmou o número de vítimas.