HAVANA, 21 de fev de 2006 às 16:08
No marco de uma viagem por vários países do Caribe para apresentar o Compêndio de doutrina social da Igreja, o Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Renato Martino, sustentou na sexta-feira uma reunião em Havana com o mandatário cubano Fidel Castro em um ambiente cordial.
Sobre o encontro realizado ao final dos dois dias de estada do Cardeal na Ilha, o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega y Alamino, declarou que foi "uma das ocasiões em que se continua essa espécie de diálogo, de relação com o Estado cubano sem que signifique nenhum tipo de aproximação especial, nem de passo extraordinário, mas simplesmente manter este tipo de relação que no enocntro com ele se revelou amável".
Segundo o Arcebispo, durante a reunião, que se realizou em um "ambiente cordial", "houve palavras muito amistosas do Presidente Fidel Castro para o Santo Padre". "Eu acredito que os encontros entre as pessoas não levam sempre uma exigência, mas os fatos mesmos são os que pedem e obtêm. Isso é muito importante no caminho da vida da Igreja", acrescentou.
A agência AFP informou que o Cardeal Martino disse em umas declarações à televisão local que no encontro Castro falou com ele da política de saúde e do ensino da medicina em Cuba. O Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz indicou que durante a reunião entregou a Castro um exemplar do Compêndio que tinha apresentado na Ilha em uma reunião de bispos, sacerdotes e religiosos.
Plano Global de Pastoral 2006-2010
A visita do Cardeal coincidiu com a celebração do 20° aniversário do Encontro Nacional Eclesiástico Cubano (ENEC) e a difusão do Plano Global de Pastoral 2006-2010, em que os bispos explicaram as razões da defesa da dimensão pública da fé.
"A Igreja, quando defende o caráter público da fé e comercial maiores espaços para o desempenho de sua missão, não o faz para alcançar uma determinada cota de poder ou para constituir-se ela em um tipo de poder alternativo, mas o faz em razão de uma maior fidelidade a sua missão de serviço à sociedade cubana", afirma o documento.