A Conferência Episcopal da Costa Rica enviou aos cidadãos uma mensagem na qual pede que acatem definitivamente a esperada decisão do Tribunal Superior Eleitoral que definirá ao ganhador das eleições presidenciais de 5 de fevereiro passado.

Enquanto aguardam os resultados oficiais das eleições nacionais e a proclamação do novo Presidente, os bispos fizeram "um respeitoso chamado a todo o povo costa-riquenho para que, dando exemplo ao mundo de amor à democracia, pela estabilidade institucional e pelo bem da Costa Rica acatemos, de forma definitiva, a decisão que, amparada em nossa Constituição Política, emitirá o Tribunal Superior Eleitoral".

Os bispos reiteraram sua preocupação pelo crescente abstencionismo nas eleições mas se alegraram pela demonstração popular de um "profundo amor à Pátria e seu desejo de consolidar o funcionamento de nosso sistema democrático através do voto emitido". "Como cidadãos, vemos fortalecida a confiança em nosso regime político no qual, garante-se que os governantes sejam escolhidos mediante eleições livres e limpas por uma cidadania que exerce livremente seus direitos civis e políticos. Por sua vez, estamos certos de que este sistema não seria tal, sem o louvável trabalho do Tribunal Superior Eleitoral como instância encarregada de amparar os direitos cidadãos relacionados ao processo eleitoral", indicaram.

Do mesmo modo, exortaram "aos que forem eleitos como governantes para que discirnam a voz do povo manifestada nas urnas e, daqui em diante, cultivem o diálogo e a busca de consensos como gestão urgente e vital para nossa democracia. Do mesmo modo, a quantos corresponda ser oposição é este período, solicitamo, veementemente, assumir uma posição responsável, crítica e firme, para colaborar na consecução de acordos que permitam a construção de uma Pátria melhor, acima de interesses particulares ou de grupos".

Finalmente, reconheceram "o esforço de nossos sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e instituições que com suas orientações pastorais, apoiadas em nossa Exortação Pastoral Democracia, política e honestidade, motivaram os costa-riquenhos a exercer, uma vez mais, o direito de eleger seus governantes mediante o voto".

O Tribunal continua hoje a recontagem de votos em meio a 100 denúncias apresentadas por anomalias nas eleições do último dia 5 de fevereiro.

Segundo dados divulgados ontem contabilizou 32,6 por cento dos votos e a margem de diferença entre Oscar Árias, da Partida Libertação Nacional (PLN), e Ottón Solís, do Partido Ação Cidadã (PAC), é apenas de quatro mil e 845 votos a favor de Árias.

Os magistrados farão a declaração oficial apenas quando terminarem de contar, um a um, os votos.