A imprensa turca difundiu as declarações de uma advogada, segundo a qual o suposto assassino do sacerdote italiano morto no domingo, cumpriu ordens de um grupo radical que quis protestar pela publicação das polêmicas caricaturas do profeta Maomé.

A advogada Mahya Usta declarou ao jornal local Aksam que ainda não decidiu se assumirá a defesa do jovem detido pela morte do sacerdote, mas garantiu que este confessou ser autor do crime do Padre Andrea Santoro.

Usta afirma que o jovem tinha sido recrutado por um grupo radical islâmico que tem sua sede na cidade de Trabzon, para cometer o crime depois da publicação das polêmicas caricaturas do profeta Maomé.

"Há uma organização islamista, cujo nome não me facilitou. Este jovem ia a uma casa onde se reuniam membros do grupo", indicou Usta e explicou que a organização convenceu o menor a cometer o assassinato em revanche pelas caricaturas –que não têm relação alguma a Igreja– e com o pretexto de que "como é jovem, terá uma pena leve".

O Padre Santoro, de 60 anos de idade, foi assassinado a tiros enquanto rezava na igreja da Santa Maria de Trabzon. Segundo as testemunhas, seu assassino gritou "Alahu Akbar (Alá é grande)".

O menor foi detido na terça-feira pela polícia turca e encontraram em seu poder uma pistola que coincidia com a arma do homicídio.