O senador socialista Carlos Ominami revelou que o programa do novo governo que de Michelle Bachelet pode incluir a legalização das uniões de fato –heterossexuais e homossexuais– e a possibilidade de despenalizar o aborto.

"Até 15 de janeiro tivemos que fazer um exercício muito grande de autocontenção" , mas "agora posso dizer coisas que antes não podia", sustentou Ominami em uma entrevista ao jornal La Segunda.

Segundo o legislador, "uma vez conhecidos os resultados da eleição, há um novo ar no país. E isso tem a ver com uma palavra chave que a Presidenta eleita disse: a liberdade. Liberdade para que ela tome suas decisões, mas também essa liberdade deve ser de todos para expressar os sentimentos, as reivindicações e aspirações".

Ominami, Ex-ministro da Economia, afirma que "agora posso dizer coisas que antes não podia, como por exemplo a necessidade de que os homossexuais tenham uma fórmula que lhes permita resolver seus problemas previdenciais, de herança e de uniões de fato. Ou que me parece uma monstruosidade, e falo só por mim, que no Chile não exista o aborto terapêutico. Mas tudo isso nas condições de campanha poderia ter sido instrumentalizado".

Embora o legislador reconheça que seu partido é "parte de uma coalizão" e os socialistas não podem impor seus pontos de vista, insistiu que procurarão "criar uma figura de união de fato como a fórmula francesa, onde resolvem os problemas de herança e seguro social sob essa fórmula e sem se casar. Mas tem que ser uma fórmula para heterossexuais e homossexuais".

Ominami argumenta que sua intenção é "que se possa falar nos meios de comunicação e que não sejamos apontados com o dedo quando dissermos que somos pelo aborto terapêutico ou pelo matrimônio entre homossexuais. Essa é a grande transformação cultural que deve se produzir neste governo".