O Presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, Dom John P. Foley, destacou a vida exemplar do jornalista espanhol Manuel Lozano Garrido, conhecido como "Lolo" e cuja causa de beatificação está em fase avançada.

Durante a apresentação da biografia "La Gioia vissuta" (A alegria vivida), escrita por Rafael Higueras Álamo e Pedro Cámara Ruiz, na Sala de Imprensa Estrangeira de Roma, o Prelado fez referência às virtudes do jornalista, que durante os últimos dez anos de sua vida, já em cadeira de rodas e completamente cego, ditou nove livros.

"Foi um profissional comprometido e de grande talento que viveu em um período difícil e que demonstrou heroísmo, procurando difundir a verdade tal e como tinha sido capaz de percebê-la", afirmou Dom Foley no evento realizado no dia de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas.

O jornal espanhol La Razón informou que "Lolo", nascido na província espanhola de Linares (Jaén) em 1920, foi membro da Ação Católica, colaborou em vários jornais católicos do país e ganhou em 1969 o prestigioso prêmio de jornalismo "Bravo".

Aos 17 anos foi preso por levar clandestinamente a Comunhão. Por esses anos de perseguição religiosa, só restava um sacerdote livre em Linares. Cinco anos depois contraiu uma grave doença que o deixou inválido e deformou-lhe completamente o corpo.

Durante o Governo de Francisco Franco, Lolo foi marginalizado devido a suas reivindicações sociais. Não tinha dinheiro e foi graças à solidariedade de seus amigos jornalistas que pôde ter uma cadeira de rodas.

Manuel Lozano faleceu em 1971 na mais completa pobreza. Entretanto, afirmou Dom. Foley, "em todo esse tempo manteve um espírito de alegria e de paz". Acrescentou que não tem dúvidas "de que deve ser considerado um santo".

Por sua vez, Antonio Pelayo, presidente da Associação de Jornalistas Estrangeiros em Roma, advertiu que até agora não há nos altares um leigo jornalista.