A organização de vigilância de direitos humanos “Freedom House” dos Estados Unidos anunciou que quatro líderes cristãos da etnia Hmong foram condenados a penas de prisão sob a vaga ofensa de “alterar a ordem pública” por organizar reuniões de oração.

As penas, que vão de 26 a 36 meses de prisão,  somam-se, segundo informou o Centro para as Liberdades Religiosas do Freedom House, às de outros dez cristãos da etnia  Hmong da província de Ha Giang, onde foram intensificadas as ações contra os cristãos.

Segundo documentação obtida pelo Centro para as Liberdades Religiosas do Freedom House, as acusações contra os cristãos baseiam-se no fato de que estes líderes organizaram liturgias dominicais reunindo entre 50 e 60 pessoas.

Os últimos quatro presos são:

Ly Chin Sang, de 60 anos, cristão desde 1991, sentenciado a 36 meses.

Ly Sin Quang, de 28 anos, filho de  Ly Chin Sang, também cristão desde 1991. Ele e sua esposa Vang Thi Da têm quatro filhos  menores.

Vang Chin Sang, de 56 anos, cristão desde 1999, casado com Ma Thi Pang e pai de um garoto de 13 anos.

Vang My Ly, de 24 anos, cristão desde 1991. Sua esposa chama-se Ma Thi Di. É pai de três filhos pequenos.

Os familiares destes últimos prisioneiros e dos outros dez presos  anteriormente descrevem terríveis condições carcerárias, além do confisco de suas  bíblias e praticamente todos os objetos pessoais.

Além disso, o Centro para as Liberdades Religiosas do Freedom House  informou que os prisioneiros cristãos são ameaçados de receberem castigos ainda mais severos se não abandonarem o cristianismo e restaurarem um altar para seus antepassados.

Segundo o Centro, o governo atual  reconhece apenas como “cristãos legítimos” não passíveis de perseguição aqueles batizados antes da revolução comunista de 1954. A própria instituição havia informado meses atrás que o exército vietnamita vinha utilizando drogas na província de Lai Chau para obrigar os cristãos da etnia Hmong a assinar documentos de “renúncia” a seu cristianismo.

Segundo Nina Shea, diretora do Centro, os cristãos da etnia Hmong “são verdadeiramente um grupo esquecido, vivendo nas partes altas de seu país, falando seu próprio idioma, e sem contatos influentes com o mundo exterior.”

Os cristãos Hmong “são duplamente vítimas, como cristãos e como membros de uma minoria desfavorecida. Por detrás da fachada amistosa de normalidade que o governo vietnamita mostra aos investidores e turistas, existe uma realidade sinestra”, acrescentou a Dra. Shea.