Em um adiantamento do que será sua Encíclica "Deus é Amor", o Papa Bento XVI exortou hoje, durante o congresso organizado pelo Pontifício Conselho "Cor Unum" a recuperar tanto o sentido como da palavra "amor".

Em seu discurso, o Santo Padre falou amplamente de sua próxima encíclica "Deus caritas est" que se publicará na próxima quarta-feira, 25 de janeiro, e assinalou que "a viagem cósmica em que Dante em sua Divina Comédia quer levar a leitor acaba ante a luz perene que é Deus mesmo, ante essa luz que é ao mesmo tempo ‘o amor que move ao sol e às outras estrelas’".

"O Deus que aparece no círculo central de luz do que fala Dante tem um rosto humano e eu acrescentaria, um coração humano" explicou o Santo Padre; e continuou que nessa visão, "Dante nos mostra a continuidade entre a fé cristã em Deus e a busca que leva a cabo a razão".

"Mas ao mesmo tempo –acrescentou– aparece uma novidade que supera qualquer busca humana": "A novidade de um amor que levou a Deus a assumir um rosto humano".

"O ‘eros’ de Deus não é só uma força cósmica primitiva, é o amor que criou ao ser humano e se inclina para ele".

"A palavra amor hoje está tão usada que quase produz temor pronunciá-la", disse o Papa.

Entretanto "é uma expressão da realidade primitiva da qual devemos nos reapropriar para que possa iluminar nossa vida"; disse o Santo Padre; ao destacar que "se trata efetivamente de que a fé se converta em uma visão e uma compreensão que nos transforma".

"O espetáculo do ser humano que nos sofre toca o coração. Mas o compromisso caridoso vai muito além da simples filantropia. Deus mesmo nos empurra a aliviar a miséria", disse o Papa.

"É a Ele mesmo a quem levamos a mundo que sofre" e "quanto mais clara e conscientemente o levemos como dom, nosso amor mudará o mundo mais eficazmente", concluiu.