A Arábia Saudita, sob a dinastia monárquica dos al-Faisal e graças aos milhões de  “petro-dólares”, está difundindo em escolas islâmicas pelo mundo uma  educação anti-cristã e anti-ocidental.

Assim indicou um recente informe do “Saudi Institute”, uma organização com sede na capital norte-americana que promove uma versão moderada do Islã.

O Instituto, que revisou vários textos para crianças e adolescentes utilizados nas escolas islâmicas de todo o mundo –inclusive nos Estados Unidos-, e encontrou que existe um ensino dirigido a tomar uma atitude de conflito contra cristãos, judeus e, em geral, o ocidente.

Aos adolescentes, por exemplo, os textos pedem que não se façam amigos de cristãos ou judeus: “A imitação dos infiéis conduz a amá-los, glorifica-los e elevar seu estatus aos olhos do muçulmano, e isso está proibido”; diz por exemplo um livro.

Segundo o Saudi Institute, os novos programas piloto e novos livros de texto anunciados no ano passado pelas autoridades sauditas não mudaram a situação educativa: “o novo currículo tem os mesmos autores e as mesmas idéias que o antigo”, embora admitem que mudou a linguagem.

No ano passado havia suscitado uma forte reação negativa entre muçulmanos norte-americanos os textos do responsável do currículo religioso saudita, Saleh al-Fawazan que defendiam a escravidão e afirmava que as eleições são “anti-islâmicas”.

Tendência fundamentalista

Segundo explica o Saudi Institute, desde 1930, os sauditas vêm promovendo o wahhabismo, a versão mais radical e fundamentalista do Islã, responsável, entre outros, por criar uma mentalidade de “choque de civilizações” não só entre oriente e ocidente, mas no interior do próprio Islã.

Com efeito, ao chegar ao poder no século XIX, os wahhabis destruíram todos os santuários da tendência mais espiritualista do Islã conhecida como o sufismo, da Arábia e Iraque.

A casa real saudita, de tradição wahhabi, domina 95% da mídia em língua árabe e até 80% das mesquitas dos Estados Unidos estão controladas por imanes wahhabis.

No Paquistão, um recente informe do ministro do interior revela que há atualmente 6.600 “madrasas” ou escolas do Corão, quando em tempos da independência em 1947 havia 245. A grande maioria destas foram construídas com dinheiro saudita e foi ali o treinamento dos talibãs, que logo tomariam o poder no vizinho Afeganistão para alojar aí a Al Qaeda.