O Departamento de Comunicações e Imprensa da Conferência Episcopal do Chile (CECH) emitiu uma nota explicativa sobre uma campanha de mensagens eletrônicas organizada pela organização Ação Família para que os bispos se pronunciem sobre a incompatibilidade das propostas políticas de de Michele Bachelet com os ensinamentos da Igreja.

"O envio de mensagens eletrônicas promovida pelo grupo Ação Família não é uma iniciativa do Episcopado nem conta com seu apoio. Corresponde a uma iniciativa própria de um grupo de leigos", esclarece o Departamento, e afirma que o Presidente do Episcopado, Dom. Alejandro Goic, já recebeu um comunicado do Ação Família e emitiu uma resposta.

No texto, que pode ser visto no endereço: http://www.accionfamilia.org/actualidad/obispos.htm, afirma que "Ação Família pediu aos Bispos chilenos que orientem os fiéis católicos na eleição presidencial, pois um dos candidatos, a Sra. Michelle Bachelet, inclui em seu programa pontos totalmente inaceitáveis para a consciência cristã, de acordo à reiterados ensinamentos dos Papas".

Entre estes pontos, a organização adverte que Bachelet –que definirá a presidência em segundo turno contra Sebastián Piñera - pretende que o Chile ratifique o Protocolo Facultativo da Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), que incluiria a aceitação do aborto; e a aproção das uniões homossexuais.

Ação Família reconhece no texto que "os Bispos chilenos mantiveram até agora uma atitude de certa eqüidistância entre ambos candidatos" e muitos podem "acreditar que a Igreja é neutra frente aos programas que ambos pretendem implantar se forem eleitos". Por isso, pediu aos cidadãos enviar uma mensagem aos bispos para que se pronunciem a respeito.

Segundo O Departamento de Imprensa da CECH, em sua resposta a Ação Família, "Dom. Goic reiterou os conceitos que manifestaram os Bispos em suas mensagens sobre o processo eleitoral, principalmente na recente declaração do Comitê Permanente da CECH ‘Uma democracia com valores’, que contém os critérios gerais pelos quais, fazendo uso de sua liberdade de consciência, retamente informada, podem orientar os leigos católicos".

"O Presidente da Conferência Episcopal explicou a Ação Família que não corresponde aos Bispos indicar aos católicos em quem devem votar, pois são pastores de todo o povo fiel e não podem forçar a consciência das pessoas", indicou.

Do mesmo modo, informou que o grupo "continuou com seus envios de mensagens, produzindo em algumas pessoas uma confusão sobre a autoria desta iniciativa. A Conferência Episcopal do Chile esclarece que não lhe cabe participação nesta campanha".