O arcebispo de Barcelona e presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), cardeal Juan José Omella, entregou ao Defensor do Povo, Ángel Gabilondo, um total de seis volumes com dados sobre casos de abuso de menores.

Em declarações à Rádio Nacional de Espanha, dom Omella disse que foram enviados os dados dos casos compilados pelas dioceses espanholas.

Em benefício da transparência e da colaboração, a CEE ofereceu todos os protocolos para a prevenção de abusos dos religiosos das dioceses espanholas.

Segundo o cardeal, fica explícito o compromisso dos bispos espanhóis de “colocar todos os meios para erradicar” o abuso de menores.

O cardeal também considerou que estas situações causam “grandes danos, não só à Igreja, mas à sociedade”.

Há um ano, o Congresso dos Deputados encarregou o Defensor do Povo de criar uma comissão independente para informar sobre as denúncias de abuso sexual dentro da Igreja Católica.

Um mês antes, a CEE informou que pediu à sociedade de advogados Cremades & Calvo Sotelo uma auditoria externa sobre o assunto, cujo trabalho estava previsto para durar um ano. Suas conclusões ainda não foram divulgadas.

Na Espanha existem mais de 200 escritórios dedicados à proteção de menores e à prevenção de abusos administrados por dioceses, congregações religiosas e movimentos leigos. Segundo informa a CEE, durante o ano de 2022 os escritórios diocesanos formaram mais de 150 mil pessoas, principalmente crianças e adolescentes.

Ao longo de 2022, foram recebidos 186 novos testemunhos relativos a casos ocorridos desde 1950. Quanto aos autores, foi informado que “há 74 padres consagrados, 36 padres diocesanos, 49 consagrados não clérigos e 27 leigos”, todos do sexo masculino. “Desses 90 morreram, 69 estão vivos e a sua situação não consta a sua situação em 27 casos”, diz a CEE.

Em relação às vítimas, 179 eram menores de idade na época dos fatos.

Segundo um estudo da Fundação ANAR publicado em 2021, os padres representam um total de 0,2% dos responsáveis ​​por abuso de menores na Espanha entre 2008 e 2019. A maioria dessas situações ocorreu com adolescentes de 16 anos ou mais.

Confira também: