A cada ano 10 por cento das grávidas espanholas recorre ao aborto. Esta arrepiante cifra é superada anualmente pelas imigrantes grávidas, pois segundo últimas estatísticas, 40 por cento destas mulheres decide acabar com a vida de seu filho não nascido.

Segundo a Associação de Vítimas do Aborto (AVA), seguindo estudos da Secretaria de Saúde da Comunidade de Madri (2005) e estatísticas publicadas pelo Centro Dátor de Madri, aproximadamente 50 por cento das mulheres que se submetem a um aborto na Espanha são estrangeiras 

Segundo a associação, os mesmos autores do relatório do Dátor afirmam que seus dados eram extrapoláveis a toda a Espanha, posto que ali se realizam 10 por cento de todas as práticas abortivas.

No ano de 2004 foram registrados 453 mil e 278 nascimentos na Espanha, dos quais 62 mil e 150 foram de mãe estrangeira residente. Confrontando estes dados com a percentagem de abortos de mulher imigrante, "9.8 por cento das mães espanholas grávidas acabam realizando aborto", assinala a AVA.

Para a associação, "no caso das emigrantes, o drama é ainda maior, já que 42 mil e 500 provocam aborto do total de mais de 104 mil nascimentos esperados somando gestações levadas a termo e abortadas. Quer dizer, 40,6 por cento de mulheres imigrantes grávidas na Espanha abortam".

Através de um comunicado, Esperanza Puente, presidenta da AVA e que se submeteu a um aborto no Dátor há onze anos, afirma que "existe um desamparo social à mulher grávida, especialmente se esta for imigrante e isto não é plausível em uma sociedade solidária como a nossa. É preciso ajudar a todas as grávidas de forma eficaz, tal e como se garante em nossas leis".

O aborto é, segundo Puente, "toda uma violência de gênero, já que as seqüelas desta intervenção são muito graves e nunca informam sobre a síndrome pós-aborto nos centros de realização de abortos".