Em um desconcertante falho, um juiz italiano da localidade de Viterbo, perto de Roma, ordenou que um sacerdote compareça a fim de mês ante seu tribunal para que demonstre com provas a existência do Jesus Cristo.

Luigi Cascioli, engenheiro agrônomo aposentado e ateu militante, interpôs uma demanda contra o Pe. Enrico Righi porque o sacerdote, segundo ele, abusava da credulidade do povo” e o denunciou em uma folha paroquial por colocar em dúvida a existência histórica de Jesus no livro Fábula de Cristo.

Faz uns dias, o juiz Gaetano Mautone acordou fixar para fim de mês a celebração de uma audiência preliminar e ordenou o comparecimento do Padre Righi. Originalmente o juiz rechaçou o caso, mas o mês passado sua oposição foi desprezada por um tribunal de apelação, que falhou que Cascioli tinha argumentos razoáveis para sustentar sua acusação de que o Padre Righi estava incorrendo em um “abuso da credulidade do povo”.

A posição do Luigi Cascioli é que não há provas evidentes de que Jesus vivesse e morrera na Palestina do século I além do que se conta nos evangelhos, que os cristãos aceitam como matéria de fé, por isso, em sua opinião, não há sustento histórico para a existência do cristianismo.

Em abril de 2005, Cascioli acusou o Padre Righi por “abuso da credulidade do povo” e suplantação da personalidade, que por si só constituem delito no Código Penal italiano.

Por sua parte, o Padre Righi sustenta que há testemunhos mais que abundantes da existência de Jesus de Nazaré tanto em textos religiosos como seculares e, em qualquer caso, milhões de pessoas acreditaram em Cristo como homem e filho de Deus ao longo de dois mil anos. “Se Cascioli não vir o sol no céu a meio-dia, não pode colocar um juizo contra mim, pelo fato de ele não enxergar o que eu sim”, opinou.