O governo brasileiro desistiu de votar neste ano o projeto de lei que poderá legalizar o aborto no país, temendo a possibilidade de que a proposta seja rejeitada na comissão de Seguridade Social da Câmara. Deputados defensores do projeto aprovaram um requerimento determinando o adiamento da votação por duas sessões, pospondo a tramitação do texto para fevereiro de 2006.

Apesar de não realizada a sessão que estava marcada para a última quarta-feira, 6 de dezembro, diversos parlamentares, religiosos, juízes, fiéis e procuradores se mobilizaram promovendo o 1º Seminário Nacional em Defesa da Vida, ocorrido ontem na Câmara, e classificaram a proposta de lei abortista como inconstitucional. Um dos expositores, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, defendeu que o texto fere a Constituição. "A Constituição Federal protege a vida em si", declarou.

O jurista Ives Gandra Martins, também convidado a expor no encontro,  rechaçou que sob o pretexto da evolução da humanidade, se trate a vida intra-uterina como  "lixo hospitalar humano". o Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, Presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), fez um apelo para que Congresso desista  do projeto "contrário ao direito à vida". "Peço a Deus que ilumine nossos legisladores para que se conscientizem da gravíssima obrigação de lutar pela vida", declarou.

Desde os últimos 15 dias se intensificaram os esforços dos grupos pró-vida no Congresso, incluindo a exposição de cartazes com foto de abortos e panfletos detalhando as modalidades desta prática criminosa utilizadas no país.