DENVER, 8 de dez de 2005 às 02:01
O Arcebispo de Denver, Dom. Charles Chaput, reconheceu que “muitos americanos não celebram o Natal autenticamente”, em um artigo publicado no Denver Catholic Register.
No texto, Dom Chaput compara a situação da sociedade atual dos Estados Unidos com a que C.S. Lewis descreve em seu ensaio intitulado “Exmas and Christmas: Um capítulo perdido de Herodoto” (publicado há 50 anos). Nele, Lewis inverte o nome de seu país e descreve a realidade da Inglaterra (Britain – Niatrib) daquela época.
O autor britânico relata os excessos com a comida, o álcool e o dinheiro dos “niatribianos” ao celebrar “Exmas”; enquanto alguns destes cidadãos celebram “Christmas” no mesmo dia, mas com espírito de recolhimento e em atenção do sagrado da solenidade.
Embora alguns niatribianos afirmam que estas duas celebrações são a mesma coisa, Lewis o descarta taxativamente e explica: “Não é provável que os homens, inclusive sendo bárbaros sofram tantas e tão grandes coisas (como os que participam do frenesi de Exmas) em honra de um deus no que não acreditam”.
“O que Lewis escreveu sobre a Inglaterra há meio século é cada vez mais certo sobre nosso próprio país hoje. Já estamos na metade do Advento. O que fizemos para vivê-lo realmente?”, questiona o Arcebispo de Denver e acrescenta: “Muitos americanos não celebram o Natal autenticamente, acreditarão que o fazem, mas não o fazem, celebram Exmas”, referindo-se à realidade descrita por C.S. Lewis.
Do mesmo modo, o Prelado recorda que “o mundo –abandonado a seus próprios instrumentos– não tem lugar nem propósito para o nascimento de Jesus Cristo. Tem desprezo pelos cristãos que tentam seriamente ser seus discípulos. Por isso não temos nada a perder e tudo a ganhar em ser os Santos que Deus quer que sejamos”.
“Pelo menos podemos tentar ser Santos investindo nosso tempo para permanecer silenciosos com Deus; para permitir que Ele preencha nossas ações e opções com seu Filho; e deixemos que Ele forme em nós os homens e mulheres que necessita”, exorta.
Dom. Chaput explica também que, “em muitos sentidos, os Estados Unidos já não é uma cultura cristã embora isto possa mudar”. “Muitos bons católicos e outros cristãos ainda vivem nela. Mas se as pessoas realmente compreendessem e agissem segundo o sentido do Advento, o mundo seria um lugar diferente”, destaca.
Logo depois de lembrar que o Advento é uma “vinda necessária” para o mundo, o Arcebispo de Denver destaca que “O mundo precisa desta invasão (a vinda de Cristo), mas não a quer. É uma invasão da natureza humana e de toda a criação pelo Filho de Deus; e pela santidade do mesmo Criador”.
“Só nossas opções agora importam. Como vamos viver nossa fé cristã de agora em diante? Como vamos fazer de nosso testemunho cristão um ícone do advento de Jesus Cristo?”, interpela o Prelado.
Finalmente, o Arcebispo insiste a todos a “rezar para que nosso desejo de Deus realmente reflita o desejo de Deus por nós, e quando o fizer, então o mundo será um lugar diferente”.