Ao tentar justificar seu “compromisso” com a legalização do aborto na Colômbia, Mónica Roa, a principal impulsionadora desta mudança jurídica, declarou à Rádio colombiana Caracol que ela sim acredita que a vida começa na concepção mas, insolitamente, considera que os “direitos da mulher” estão acima deste novo ser humano.

A reivindicação de Roa –conhecida abortista feminista- e Javier Oswaldo Sabogal, a Corte Constitucional deve decidir antes de 12 de dezembro se eliminar a pena para as mulheres que se submetem a um aborto por três motivos: violação, deformação congênita e risco de morte para a mãe. Segundo ambos os advogados abortistas, as condenações que se aplicam a estas mulheres, através do artigo 122 da Lei 599 do ano 2000, violam os direitos à vida, a integridade, a igualdade e a autonomia reprodutiva da mulher.

Em um debate telefônico organizado pela Rádio Caracol, Roa insistiu em apresentar-se como uma independente nesta causa, mas se sabe que sua campanha a favor do aborto é financiada pela transnacional abortista Women’s Link International, que dedica recursos e iniciativas a promover o aborto como “direito” da mulher.

O curioso é que embora tenha dito em primeiro lugar que se “meteu no tema” porque tinha “a liberdade para fazê-lo”, revelou que há pressão internacional para legalizar o aborto na Colômbia porque conta “com o apoio da Organização Mundial da Saúde, da Federação Internacional de Gineco-Obstetras e de uma quantidade de organizações que são autoridades entre o mundo científico”. “As grandes autoridades que têm o apoio das Nações Unidas tanto em matéria científica como em matéria de direitos humanos estão apoiando nossa reivindicação, não inventamos nada”, indicou.

Roa desconcertou a mais de um quando em um momento do debate assinalou que ela nunca questionou “o fato de que a vida começa desde o momento da concepção, efetivamente há vida humana, há uma vida em desenvolvimento que quando é desejada e quando chega no momento adequado e é bem recebida pode ser um dos milagres da vida mais emocionantes para a pessoa. Mas a pergunta que eu quero expor é o que acontece quando esta vida em formação põe em risco os direitos da mulher”.

Roa dedicou vários meses a fazer lobby para obter que a Corte Constitucional libere o aborto no país e em junho passado cometeu o engano de reconhecer em público que já contava com os votos de 6 dos nove magistrados desta instância para despenalizar a prática.

No debate de ontem, Roa descartou ter um “contato direto com a corte” e reafirmou os números sobre os supostos 400 mil abortos clandestinos que anualmente são praticados no país- ao ano”

Resposta da ciência

No debate, a advogada enfrentou o reitor da universidade La Gran Colômbia, José Galat, que explicou que “se consultarmos a biologia e a genética pois elas nos dizem que a vida começa no momento da concepção, isto não é sentimentalismo, não é uma posição religiosa nem uma posição ética, é uma constatação de uma realidade pela ciência”.

“Não é um preconceito nem uma idéia religiosa. Também há razões de ordem jurídica clara, de ordem moral e de ordem religiosa e até de lógica e senso comum. Deve-se castigar a vítima ou o agressor?  A criança é tão vítima quanto a própria mãe violada”, explicou.

Segundo Galat, quem promove o aborto em caso de má formação genética o faz por ignorância.

“Hoje em dia os avanços da medicina e da cirurgia, como as intervenções intra-uterinas, mostram que a imensa maioria dos casos das famosas má formações pode perfeitamente corrigir-se. Se por má formação tivessem que eliminar alguém, por que não eliminamos também aos malformados adultos, por exemplo os deficientes”, indicou.