Um grupo de quatro membros de uma casa de candomblé fez um ritual dentro da igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Sobradinho, cidade satélite do Distrito Federal, depois da missa das 8h do último domingo (18).

O vídeo do rito circula pelas redes sociais.

Segundo o padre, “não aconteceu nenhuma profanação”. “Eles entraram para pedir uma bênção, não sei bem como funciona a fé do candomblé, nem sua religião. Mas depois de quatro minutos eles saíram e foram embora”, disse o padre.

“Se alguém ficou magoado, machucado por esta situação, eu quero que fiquem tranquilos, que não aconteceu nenhuma profanação e que tomaremos providência”.

A assessoria de imprensa da arquidiocese de Brasília informou à ACI Digital que o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar cardeal Costa “não vai comentar sobre o assunto”, que “já foi resolvido entre as partes”.

A ACI DIGITAL também falou com o presidente da Rede Afrobrasileira Sociocultural, Alexandre Silveira de Souza. Segundo Souza, o que ocorreu na igreja foi a finalização do ritual de iniciação de duas pessoas. “Quando saem do confinamento e que estavam, são apresentados em vários lugares, e um deles é dentro da Igreja Católica, para receber uma bênção de purificação”, disse Souza.

Para ele, o problema “foi uma falta de diálogo”. Souza enviou uma carta dele e do presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, a dom Paulo.

Na carta dizem que “alguns membros de religiosidade afro brasileira estiveram presentes na mesma no intervalo da missa com a intenção de apresentar os iniciados à Igreja, mas não procederam o devido diálogo com o padre responsável, gerando uma situação de constrangimento para com os fiéis ali presentes, e demais membros da Igreja”.

Eles ainda esclarecem por meio da carta conjunta que “algumas casas de tradição afro brasileira, por questões de tradição de casas matrizes, conduzem os membros recém iniciados para participação de uma missa, para desta forma “batiza-los” e receberem às bênçãos do sacerdote, neste ato eles louvam o altar ali presente e recebem a hóstia consagrada, ato este rotineiro na cidade de Salvador na Bahia, aonde algumas casas inclusive celebram missas em conjunto nas Igrejas locais”.

ACI Digital procurou a arquidiocese de Salvador para confirmar a informação da carta de Brasília, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.