O papa Francisco vai iniciar um diálogo com as conferências episcopais do mundo todo “a fim de compartilhar a riqueza das experiências ministeriais que nesses cinquenta anos a Igreja viveu”, numa mensagem dirigida aos bispos, diáconos, sacerdotes, consagrados e leigos por ocasião dos 50 anos do motu proprio Ministeria Quaedam, publicada por são Paulo VI,

Francisco resumiu as chaves do motu proprio em 11 pontos em sua mensagem publicada em 15 de agosto, onde destacou sua intenção de iniciar um diálogo com as conferências episcopais de todo o mundo.

Em primeiro lugar, o papa explicou que "este documento ofereceu à Igreja uma perspectiva importante que teve a força de inspirar novos desenvolvimentos".

O papa recordou duas cartas apostólicas suas onde falou sobre o tema dos ministérios; Spiritus Domini, que permitiu às mulheres o acesso ao ministério instituído de leitor e acólito, e Antiquum ministerium, que instituiu o ministério de catequista.

Francisco destacou que “na origem de todo ministério está sempre Deus, que por seu Espírito Santo opera todas as coisas em todos; a finalidade de todo ministério é sempre o bem comum, a edificação da comunidade e é um chamado de Deus para o bem da comunidade”.

O papa falou também da estrutura ministerial, que deve nascer do discernimento e ser “dinâmica, vivaz, flexível como a ação do Espírito”.

Ele disse que esta ação do Espírito “deve arraigar-se mais profundamente para não correr o risco de que o dinamismo se torne confusão, a vivacidade se reduza à improvisação extemporânea, a flexibilidade se transforme em adaptações arbitrárias e ideológicas”.

Para Francisco, são Paulo VI indicou com Ministeria Quaedam "a direção em que o caminho pode continuar".

“A eclesiologia de comunhão, a sacramentalidade da Igreja, a complementaridade do sacerdócio comum e o sacerdócio ministerial, a visibilidade litúrgica de cada ministério são os princípios doutrinais que, animados pela ação do Espírito, tornam a variedade de ministérios harmoniosa”, disse.

Francisco explicou que “se a Igreja é o corpo de Cristo, todo o servir (ministrar) do Verbo Encarnado deve permear seus membros, cada um dos quais, por sua singularidade respondendo a um chamado pessoal de Deus, manifesta um traço do rosto de Cristo servo”.

Francisco disse que a reflexão sobre os ministérios deve continuar aprofundando e disse que, se tentarmos defini-los e resolvê-los para depois podermos viver a ministerialidade, "muito provavelmente não chegaríamos muito longe".

Explicou também que o tempo é superior ao espaço e pediu para fugir "da obsessão de resultados imediatos em resolver todas as tensões e esclarecer todos os aspectos".

"Para ouvir a ouvir a voz do Espírito e não deter o processo, tendo cuidado para não querer forçá-lo impondo escolhas que são o fruto de visões ideológicas, acho útil partilhar, ainda mais, no clima do caminho sinodal, as experiências desses anos", disse o papa.

Ele disse que isso pode “oferecer indicações valiosas para chegar a uma visão harmoniosa da questão dos ministérios batismais e, assim, prosseguir em nosso caminho”.

"Por isso, desejo nos próximos meses, na forma que se defina, iniciar um diálogo sobre o tema com as conferências episcopais a fim de compartilhar a riqueza das experiências ministeriais que nesses cinquenta anos a Igreja viveu", explicou Francisco.

Por fim, confiou esta "viagem" à proteção da Virgem Maria, Mãe da Igreja.

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